O presidente do PS Carlos César acusa a oposição de aproveitamento imoral do acidente com o carro do ministro Eduardo Cabrita, que resultou numa morte.
Recusando-se a admitir uma remodelação do Governo, o presidente do Partido Socialista diz que o ministro da Administração Interna não pode ser responsabilizado por viajar numa viatura envolvida num incidente.
"Agora, o que me parece inacreditável, custa mesmo a ouvir, é fazer críticas a um ministro com base num incidente do qual resultou uma morte e no qual evidentemente o ministro não pode estar envolvido enquanto titular de um cargo político. E, portanto, não pode tratar-se de um evento politizável e utilizado para tentar daí retirar vantagens políticas", defendeu. "É mesmo imoral fazê-lo", critica ainda Carlos César.
Carlos César falava no final de uma reunião da comissão nacional do PS, que aprovou o adiamento do congresso do PS para 28 e 29 de agosto.
Se a situação de pandemia de covid-19 não melhorar, ficou desde já estabelecido um novo adiamento, em data a marcar até final do ano.
Única remodelação "é a da fachada" da sede do PS
Na mesma declaração dos jornalistas, Carlos César afasta uma remodelação do Governo, ironizando que a única que disse ver "é a da fachada" da sede do partido.
"Eu, em matéria de remodelação, a única que estou a ver é a da fachada deste edifício da sede do Partido Socialista", que se "trata de um exemplar muito valioso do património material de Lisboa", afirma, numa referência à intervenção que está a decorrer no local.
Apontando que "o Governo está a governar numa fase, aliás, muito difícil e muito complexa do ponto de vista social, do ponto de vista económico, do ponto de vista sanitário", marcada por "uma grande incerteza", Carlos César sublinhou que "a função do Governo é concentrar-se justamente nessa dificuldade e em transmitir maior confiança".