Na investigação Cartão Vermelho, Carlos Alexandre coloca a OPA feita pelo Benfica às ações de SAD sob suspeita.
Em novembro de 2019, o Benfica lançava uma operação de compra de ações da SAD. E para quem questionava a pertinência da OPA, naquela altura, o presidente do clube justificava-a como parte de uma estratégia. O objetivo? Devolver o Benfica aos benfiquistas.
Mas nos meses anteriores ao anúncio da OPA, o amigo e sócio de Vieira, José António dos Santos, foi comprando ações da SAD, mais de 16 mil, a vários pequenos acionistas, abaixo de três euros e a OPA subiria o valor para cinco euros por ação. José António dos Santos ganharia em poucos meses 13,7 milhões de euros na venda das ações ao Benfica.
Para o Ministério Público, nada disto terá sido acaso ou sorte, porque o presidente do Benfica avisou o fundador do grupo Valouro que iria lançar a oferta pública de aquisição. Esta seria a compensação pelo investimento do empresário na compra de uma dívida de Vieira ao Novo Banco.
O melhor negócio de sempre só não viria a acontecer porque a CMVM travou a operação, depois do Benfica ter anunciado a OPA e disparado o valor das ações da SAD.
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