O juiz Carlos Alexandre diz que as suspeitas que recaem sobre Luís Filipe Vieira e os outros arguidos da Operação Cartão Vermelho são graves e podem ter lesado os contribuintes portugueses. A SIC teve acesso ao despacho em que o juiz considera que as provas são fortes, mas que a investigação do Ministério Público tem de ser aprofundada.
Aquilo que para o Ministério Público é um esquema ardiloso, para o juiz de instrução é um jogo intrincado de conjugação de interesses.
Carlos Alexandre usa a expressão para descrever o alegado plano de burla, falsificação, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de confiança entre Luís Filipe Vieira, o filho Tiago Vieira e os empresários José António dos Santos e Bruno Macedo.
No despacho, a que a SIC teve acesso o juiz fala de uma atividade altamente rentável feita com discrição e elegância de assinalável prejuízo para os contribuintes.
Considera que é evidente a gravidade e a danosidade social dos crimes imputados e indiciados e que o mínimo que pode ser dito é que a prova já recolhida é fortemente impressiva.
Responsável pelos interrogatórios aos quatro arguidos, o juiz sublinha, no despacho, as falhas de memória do filho de Luís Filipe Vieira durante a inquirição.
Para o juiz, falar apenas de uma gravidade teórica parece uma temeridade. Considera que é arriscado.
Para justificar as medidas de coação aplicadas a Luís Filipe Vieira e aos outros três arguidos, Carlos Alexandre invoca os perigos de fuga de continuação da atividade criminosa e de perturbação de um inquérito que, para o juiz, precisa de mais tempo para melhor densificar o grau de participação de cada interveniente. Até porque considera que agora que os arguidos sabem que são suspeitos podem tentar concertar versões e procurar documentos em Portugal e noutros países.
- Novo Banco avança com auditoria interna após buscas no caso que envolve Vieira
- Quem é Vítor Fernandes, o homem que o Governo escolheu para presidir ao Banco de Fomento?
- Luís Filipe Vieira tem 20 dias para pagar caução de 3 milhões de euros
- Luís Filipe Vieira terá prejudicado o Estado em pelo menos 45 milhões de euros
- Governo afasta "neste momento" eleição de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento