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André Ventura. Otelo "teve um papel muito negativo no pós-25 de Abril"

André Ventura diz que Otelo Saraiva de Carvalho é um símbolo de impunidade do nosso tempo.

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O Chega criticou este domingo Otelo Saraiva de Carvalho por ter tido um "papel perverso e destrutivo" no pós-25 de Abril, considerando que deveria "ter cumprido a sua pena numa prisão portuguesa" e nunca ter recebido um indulto.

Numa nota, a Direção Nacional do Chega começou por deixar "publicamente os seus sentimentos à família e amigos" pela morte de Otelo Saraiva de Carvalho, um momento que é "de dor e saudade, sobretudo para o círculo próximo".

Apesar disso, o Chega considerou que não se pode "esquecer hoje o papel perverso e destrutivo que Otelo Saraiva de Carvalho teve no Portugal pós-25 de Abril, bem como a mancha de sangue que deixou durante esse processo histórico em que foi um protagonista fundamental".

"Otelo Saraiva de Carvalho enfrentou a justiça portuguesa, mas acabou por nunca a cumprir nem a sentir na pele devido a um processo de indulto, o que jamais devia ter acontecido", criticou, considerando que "deveria ter cumprido a sua pena numa prisão portuguesa".

Para o partido liderado por André Ventura, hoje é um dia para, entre muitas outras coisas, "refletir sobre os momentos piores do Portugal pós-revolucionário".

Morreu Otelo Saraiva de Carvalho

Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril de 1974, morreu hoje de madrugada aos 84 anos, no hospital militar. Depois do 25 de Abril, foi comandante do COPCON, o Comando Operacional do Continente, durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), surgindo associado à chamada esquerda militar, mais radical, e foi candidato presidencial em 1976.

Na década de 1980, o seu nome surge associado às Forças Populares 25 de Abril (FP-25 de Abril), organização armada responsável por vários atentados e mortes, tendo sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista. Em 1991, recebeu um indulto, tendo sido amnistiado anos depois.