Depois da morte do capitão de Abril, as reações dos vários dirigentes políticos não foram consensuais sobre o papel de Otelo na história de Portugal. Depois de ser uma peça chave no 25 de abril esteve associado às FP-25, chegou a ser condenado e depois aministiado.
O Presidente da República recordou este domingo o papel essencial de Otelo Saraiva de Carvalho na revolução de 1974, mas acrescentou que ainda é cedo para a história o apreciar com a devida distância.
Já o primeiro-ministro disse que Portugal deve a Otelo a libertação consumada em 74 e, portanto, o que somos hoje. António Costa elogiou a dedicação e generosidade decisivas para o sucesso sem derramento de sangue da revolução dos cravos.
Eduardo Ferro Rodrigues considerou Otelo o maior símbolo individual do movimento das Forças Armadas e Catarina Martins, líder o Bloco de Esquerda, falou de Otelo como um dos maiores libertadores do país.
No Twitter, Rui Rio lembrou a conquista da liberdade e disse que compete à história avaliar o que fez de bom e de mau. O PCP também acha que não é ocasião para registar as atitudes do percuso político, mas antes o papel no levantamento militar.
Com uma posição bastante mais crítica, o CDS, pela voz de um vice-presidente, referiu-se ao dia de hoje como um dia agridoce por causa do que fez de importante pela liberdade, mas também pelas ligações às FP25.
O Chega criticou Otelo Saraiva de Carvalho por ter tido um "papel perverso e destrutivo" no pós-25 de Abril, considerando que deveria "ter cumprido a sua pena numa prisão portuguesa" e nunca ter recebido um indulto.
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