O ex-diretor de fronteiras do SEF foi expulso da função pública na sequência da morte do ucraniano Ihor Homenyuk. A investigação concluiu que o ex-diretor omitiu factos relevantes sobre o que aconteceu.
António Sérgio Henriques já tinha sido afastado do cargo dias depois da morte de Ihor Homenyuk, em março de 2020. A investigação da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) concluiu que o ex-diretor de fronteiras do SEF deveria ser não só expulso do cargo como também da função pública.
No relatório a que o Público teve acesso, pode ler-se que o ex-diretor de fronteiras “omitiu de forma deliberada factos relevantes sobre o que tinha acontecido o permitiu o encobrimento do crime”.
Três inspetores foram condenados pela morte do ucraniano a penas de sete e nove anos de prisão, mas o Ministério Público desde o início que decidiu não levar todos a julgamento, pelo menos ao mesmo tempo.
Em 2020 foi iniciado um segundo inquérito, que tinha como alvo os seguranças privados. Cinco foram constituídos arguidos por suspeitas de omissão de auxílio. Já depois do julgamento foram extraídas certidões para um terceiro inquérito, que conta com sete suspeitos e onde aparece o nome do ex-diretor de fronteiras do SEF.
António Sérgio Henriques esteve em funções de agosto de 2018 a março de 2020. O ministério da Administração Interna diz que não existiam condições para que pudesse continuar no cargo. Fala em violação de imparcialidade, zelo, lealdade e dever de correção.
Ihor Homeniuk foi agredido e manietado até à morte no centro de instalação temporária do aeroporto de Lisboa.
Veja também:
- Mais cinco arguidos no caso da morte de Ihor Homeniuk
- Foram vários os intervenientes na morte de Ihor Homeniuk, diz advogado da família
- Viúva de Ihor Homeniuk quer penas mais pesadas para inspetores do SEF e vai recorrer
- Morte de Ihor Homeniuk. MAI diz que justiça funcionou com "celeridade que dignifica o sistema"