A Entidade Reguladora da Saúde diz que os hospitais de Braga, Évora, Setúbal e Torres Novas foram negligentes no atendimento de utentes.
Os pacientes morreram em todos os casos.
O caso de Braga
A mulher entrou na urgência do Hospital de Braga às 17:00. Foi dada como prioritária com pulseira amarela, mas três horas depois ainda não tinha sido atendida por um médico. Caiu inanimada às 20:00.
Terá sofrido um enfarte do miocárdio e morreu na sala de espera.
A Entidade Reguladora da Saúde entende que o Hospital de Braga foi negligente neste dia, em fevereiro de 2020, e que, a partir de agora, deve fazer a retriagem dos utentes durante o tempo de espera e estar mais atento aos casos problemáticos que chegam à urgência.
O caso de Setúbal
Seis meses depois, a Entidade Reguladora da Saúde repreendeu outro caso, desta vez no Hospital de Setúbal.
Uma grávida, de 42 anos, que tinha sido obesa e fumadora, morreu dois dias depois do parto.
Entende o regulador da saúde que o hospital falhou no preenchimento da ficha clínica da mulher, o que fez que com que as equipas médicas não tivessem noção dos riscos daquela gravidez.
Conclui, por isso, que os direitos da utente não foram assegurados e sublinha que os cuidados médicos têm de ser prestados humanamente.
O caso de Évora
É o mesmo recado que deixa ao hospital do Espírito Santo de Évora.
Em 2019, um bebé, de 1 ano, estava na urgência com sinais de paragem cardiorrespiratória e foi-lhe dada alta, ainda com sintomas, como febre alta.
Morreu em casa, poucas horas depois.
O caso de Torres Novas
No Centro Hospitalar do Médio Tejo, em Torres Novas, um homem foi duas vezes à urgência e só à terceira ficou internado.
Foi transferido para Tomar e Abrantes, onde morreu, aos 64 anos. Tinha uma pneumonia desde a primeira ida ao hospital, que não lhe foi diagnosticada.
Leia também:
- Bebé que morreu teve alta do hospital de Évora com "sinais não tranquilizadores"
- Grávida que perdeu o bebé por negligência médica na Guarda chega a acordo com arguidos
- Pena de multa para profissional de enfermagem do hospital de Leiria após morte de utente
- Médico absolvido de homicídio por negligência. Ausência de autópsia travou condenação