O Presidente da República deu como esclarecidos os equívocos em torno da exoneração do atual Chefe do Estado Maior da Armada. O almirante Mendes Calado não sai para já.
Ontem à noite, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu em Belém o primeiro-ministro e o ministro da Defesa.
Para as redações foi enviada uma pequena nota sem grandes explicações. Uma nota curta, com três linhas onde se garante que ficaram esclarecidos os equívocos suscitados pelo anúncio da exoneração antecipada do atual Chefe do Estado Maior da Armada, António Mendes Calado.
O texto de Belém esclarece ainda que a audiência foi pedida pelo primeiro-ministro que se fez acompanhar pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho que, no dia anterior, tinha estado reunido com Mendes Calado para lhe comunicar que ia pedir a exoneração de CEMA antes do prazo inicialmente acordado.
A informação chegou rapidamente à comunicação social que estabeleceu uma relação entre a saída de Gouveia e Melo da Task Force e uma eventual nomeação sua para o cargo de Chefe do Estado Maior da Armada.
À noite, a agência Lusa dava como certa essa substituição, atribuindo a informação a fonte oficial.
O Presidente da República, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, não gostou e falou de "três equívocos", desautorizando o ministro da Defesa.
O Presidente da República diz que se trata de salvaguardar a reputação das pessoas envolvidas, o prestígio das instituições, e saiu em defesa dos dois militares, Mendes Calado, atual CEMA, e com elogios a Gouveia e Melo.
No fim desta polémica, uma coisa é certa:
"Uma coisa é certa, só há uma pessoa que tem o poder de decisão, que é o Presidente da República", sublinhou Marcelo.
Com o último equívoco esclarecido, quem é que manda nas Forças Armadas, resta agora esperar pelo calendário de Belém para perceber quando será substituido e quem será o próximo Chefe do Estado Maior da Armada.