O Presidente da República desmente a saída imediata do atual Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA). Marcelo Rebelo de Sousa desautoriza o ministro da Defesa e diz que não é o momento para exonerar o almirante Mendes Calado.
O mesmo Governo que, há sete meses, propôs ao Chefe de Estado a recondução de Mendes Calado enquanto CEMA, faz agora um mortal à retaguarda e quer a exoneração do homem que está à frente da Marinha desde 2018 – com um mandato que só termina em fevereiro de 2023.
Marcelo não concorda e foi direito ao assunto: “Uma coisa é certa, só há uma pessoa com o poder de decisão, que é o Presidente da República.”
Mendes Calado já havia sido chamado ao gabinete do ministro da Defesa, esta terça-feira, e tinha sido informado que estava em marcha a sua exoneração.
Um dia depois, o Governo fugiu à polémica. Nem António Costa, nem João Gomes Cravinho quiseram esclarecer o caso – como estava previsto – no final da cerimónia de receção do Estandarte Nacional que acompanhou as Operações no Afeganistão. Entretanto, o primeiro-ministro pediu uma audiência a Marcelo para "esclarecer equívocos".
O plano do Governo passava por nomear como novo CEMA o coordenador da task force, o vice-almirante Gouveia e Melo, que agora cessou funções. O Presidente da República - que é também Comandante Supremo das Forças Armadas - não gostou e desautorizou o ministro da Defesa.
Marcelo diz que se trata de salvaguardar a reputação das pessoas envolvidas e o prestígio das instituições. Saiu em defesa de Mendes Calado, com elogios a Gouveia e Melo.
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