A defesa de Ricardo Salgado quer a suspensão do julgamento da Operação Marquês, depois do médico do antigo banqueiro ter confirmado o diagnóstico de Alzheimer. O antigo presidente do Grupo Espírito Santo está a ser julgado por três crimes de abuso de confiança.
O primeiro diagnóstico apontava para uma síndrome demencial. Três meses depois e após exames complementares, o neurologista de Ricardo Salgado confirma o diagnóstico:
“Após toda a investigação, podemos concluir pelo diagnóstico de doença de Alzheimer.”
O relatório médico, a que a SIC teve acesso, diz que o antigo banqueiro já está a tomar medicação, depois de ter apresentado um agravamento das limitações cognitivas e motoras – entre elas a falha de memória.
A este relatório – que já seguiu para o tribunal – a defesa de Ricardo Salgado junta um pedido para suspender o processo. Os advogados dizem que o antigo banqueiro não pode exercer, de forma plena, o direito a prestar declarações, colocando em causa a capacidade de se autodefender em tribunal.
Caso os juízes não aceitam suspender o processo, a defesa de Salgado dá duas alternativas: o tribunal arquiva o processo ou, no limite, não lhe aplica mais do que uma pena suspensa.
O julgamento está prestes a terminar sem que o antigo banqueiro tenha falado ou sequer aparecido em tribunal.
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