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"Rendeiro baixou-se, colocou os cotovelos nas pernas e as mãos na cabeça"

Relato do enviado da SIC à África do Sul, Diogo Torres.

O ex-banqueiro João Rendeiro no Tribunal de Verutam, África do Sul, 15 de dezembro de 2021.
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O jornalista da SIC Diogo Torres, enviado a Durban, África do Sul, diz que João Rendeiro mudou a postura durante a inquirição no tribunal, esta quarta-feira.

Primeiro esteve de "cabeça erguida, a acenar e sempre a ouvir e a olhar para o advogado e para o juiz", enquanto do advogado alegava que Rendeiro tem raízes na África do Sul, conta.

Depois, mudou de postura quando o procurador do Ministério Público começou a alegar perigo de fuga.

"Baixou-se, colocou os cotovelos nas pernas e as mãos na cabeça", descreve, acrescentando que o português esteve "assim algum tempo a ouvir as palavras duras do procurador".

Pedido de liberdade sob caução de Rendeiro decidido na sexta-feira

O magistrado sul-africano Rajesh Parshotam vai anunciar na sexta-feira às 09:00 (menos duas horas em Lisboa) a sua decisão sobre o pedido de liberdade sob caução do ex-banqueiro João Rendeiro, foi anunciado esta quarta-feira.

O magistrado ouviu durante cerca de três horas os argumentos da defesa, que propõe a libertação em troca de 40.000 rands (2.187 euros), e do ministério público sul-africano, que se opõe.

"A quantia de 40.000 rands não seria nada" para Rendeiro, referiu o procurador Naveen Sewparsat, aludindo aos 13 milhões de euros de dinheiro do antigo BPP "que ainda não foram descobertos" e que constam no segundo mandado de captura.

O magistrado que preside ao pedido de liberdade sob caução perguntou ao procurador, mesmo no final, se já sabia quanto tempo ia precisar para ter o processo de extradição pronto, referindo que a Convenção Europeia de Extradição obriga a que toda a documentação esteja pronta até 18 dias após a detenção provisória em que Rendeiro se encontra.

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