O jornalista da SIC Diogo Torres, enviado a Durban, África do Sul, diz que João Rendeiro mudou a postura durante a inquirição no tribunal, esta quarta-feira.
Primeiro esteve de "cabeça erguida, a acenar e sempre a ouvir e a olhar para o advogado e para o juiz", enquanto do advogado alegava que Rendeiro tem raízes na África do Sul, conta.
Depois, mudou de postura quando o procurador do Ministério Público começou a alegar perigo de fuga.
"Baixou-se, colocou os cotovelos nas pernas e as mãos na cabeça", descreve, acrescentando que o português esteve "assim algum tempo a ouvir as palavras duras do procurador".
Pedido de liberdade sob caução de Rendeiro decidido na sexta-feira
O magistrado sul-africano Rajesh Parshotam vai anunciar na sexta-feira às 09:00 (menos duas horas em Lisboa) a sua decisão sobre o pedido de liberdade sob caução do ex-banqueiro João Rendeiro, foi anunciado esta quarta-feira.
O magistrado ouviu durante cerca de três horas os argumentos da defesa, que propõe a libertação em troca de 40.000 rands (2.187 euros), e do ministério público sul-africano, que se opõe.
"A quantia de 40.000 rands não seria nada" para Rendeiro, referiu o procurador Naveen Sewparsat, aludindo aos 13 milhões de euros de dinheiro do antigo BPP "que ainda não foram descobertos" e que constam no segundo mandado de captura.
O magistrado que preside ao pedido de liberdade sob caução perguntou ao procurador, mesmo no final, se já sabia quanto tempo ia precisar para ter o processo de extradição pronto, referindo que a Convenção Europeia de Extradição obriga a que toda a documentação esteja pronta até 18 dias após a detenção provisória em que Rendeiro se encontra.
Saiba mais
- "Nada vai atrasar" a extradição de Rendeiro, diz Maria José Morgado
- Rio acusa diretor da PJ de fazer da detenção de Rendeiro uma oportunidade para beneficiar o PS
- Ministério Público só tem dois tradutores para traduzir processo de Rendeiro
- Defesa de Rendeiro propõe pagamento de caução de dois mil euros
- João Rendeiro ouvido pelo juiz na África do Sul
- João Rendeiro pode ser libertado por dificuldades na tradução dos processos