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Pressão causada pela Ómicron começa a fazer-se sentir nos hospitais

As regiões do Algarve e Centro são as que, neste momento, já sentem pressão nos hospitais.

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Os especialistas já tinham alertado para necessidade de mais restrições durante a época festiva, e com a variante Ómicron a representar perto de 50% dos novos casos em Portugal, a pressão começa a sentir-se nos hospitais, sobretudo no Centro e Sul do país.

As medidas do Governo até podem ser apontadas como desproporcionais, mas a situação atual exige um travão para "evitar uma situação muito mais grave nas próximas semanas", defende Carlos Antunes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, lembrando que "a evolução da Ómicron é extremamente rápida, muito mais rápida do que a Delta".

"Parece-me serem medidas que tentam contrabalançar a expectativa das pessoas para este período, e salvaguardar as atividades económicas na medida do possível, mas ao mesmo tempo, são medidas que tendem a reduzir a probabilidade de transmissão do vírus" , diz Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular.

As previsões apontam para que a Ómicron seja responsável por todas as infeções em janeiro, sendo que as ilhas e a região de Lisboa e Vale do Tejo têm atualmente uma prevalência mais acentuada.

"Temos neste momento uma capacidade instalada para doentes não críticos de 74 camas, que podemos estender até às 94 e isso foi à custa do serviço de Ginecologia. Temos, neste momento, a enfermaria de Ginecologia toda ou quase toda alocada a doentes covid-19", revelou Nuno Deveza, diretor clínico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Mas a pressão hospitalar começa já a fazer-se sentir no Algarve e sobretudo na região Centro do país. Dados preliminares mostram que a prevalência da nova variante pode estar associada ao aumento de hospitalizações em idade pediátrica, mas as pessoas com maior risco continuam a ser as mais velhas e com doenças associadas.

As novas medidas de combate à pandemia

Devido ao impacto da nova variante, o Governo decidiu antecipar a semana de contenção e as regras previstas. Assim sendo, a partir das 00:00 do dia 25, o teletrabalho passa a ser obrigatório, as creches e ATL encerram, bem como discotecas e bares, e regressam as limitações à lotação nos estabelecimentos comerciais (uma pessoa / 5 m2).

O Executivo decidiu também aumentar de quatro para seis o número de testes gratuitos por pessoa, até porque serão obrigatórios no acesso a estabelecimentos turísticos e alojamento local, casamentos e batizados, eventos empresariais, espetáculos culturais, e recintos desportivos (salvo decisão da DGS).

Mas há mais. No Natal (24 e 25 dez) e no Ano Novo (30, 31 dez e 1 jan), o teste negativo é obrigatório para acesso a restaurantes, casinos e festas de passagem de ano, e na passagem de ano regressa a proibição de ajuntamentos na via pública de mais de 10 pessoas, assim como a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública.

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