País

Livre "preocupado com futuro a médio e longo prazo do país", PAN diz que "ninguém deu a mão ao Governo"

Rui Tavares e Inês Sousa Real frente-a-frente no dia em que se debate o Estado da Nação.

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Três meses e meio depois da posse, o Governo discute esta quarta-feira o Estado da Nação, no Parlamento. A SIC Notícias antecipa o que vai acontecer com vários frente-a-frente entre os partidos com assento parlamentar.

No debate entre PAN e Livre, Inês Sousa Real começa por afirmar que o Estado da Nação não se esgota naquilo que é o Orçamento do Estado.

Inês Sousa Real diz que o "orçamento foi uma ferramenta importante para fazer avançar algumas causas", mas o país e mundo atravessaram uma pandemia e enfrentam agora uma guerra, o que está a ter consequências "devastadoras no aumento galopante da inflação". Há medidas, como "IVA zero nos bens essenciais", que o PAN propôs e "o Governo não acolheu", que poderiam dar outra segurança às famílias, explica a deputada, que assegura que a medida tinha cabimento no orçamento aprovado.

"Ao invés de continuarmos a dar borlas fiscais à indústria poluente, de renegociarmos as PPP rodoviárias... Tudo isto é valor que podia acomodar quer o aumento das pensões, quer o alargamento da tarifa social de energia", diz a deputada.

A deputada do PAN afirma que "ninguém deu a mão ao Governo" e durante o debate do Estado da Nação vai relembrar António Costa que, numa maioria absoluta que em que se pediu estabilidade, "tem que se procurar consensos com todas as forças políticas" e "procurar fazer reformas", nomeadamente ao nível da floresta.

Rui Tavares, deputado único do Livre, recorda que o partido teria votado a favor "se concordasse com a estratégia do orçamento", mas se "o orçamento desse passos no sentido do que consideravam ser a estratégia correta" não votaria contra.

"Conseguimos que no quadro do programa 3C - casa, conforto e clima - houvesse um esforço orçamental adicional para as famílias com mais baixo rendimento. (...) Conseguimos que se dessem passos no sentido de medidas que têm um impacto ecológico também como diminuir a semana de trabalho", explica Rui Tavares.

O deputado diz que "não" se arrepende do sentido de voto, mas "o estado da nação é não há tempo a perder" e admite sentir do lado do Executivo "uma certa complacência".

Quanto ao futuro político de Pedro Nuno Santos e Marta Temido, Rui Tavares diz não estar preocupado: "Eu só estou preocupado com o futuro a médio e longo prazo do país".