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Partidos criticam contratação de ex-diretor da TVI para o Ministério das Finanças

Partidos criticam contratação de ex-diretor da TVI para o Ministério das Finanças
Mário Cruz/Lusa

O Ministério das Finanças contratou o ex-diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP como consultor estratégico e a polémica está lançada.

O jornal Público noticia, esta terça-feira, que o ministério tutelado por Fernando Medina contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP, Sérgio Figueiredo, para consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas.

Questionado pela SIC, o Ministério das Finanças confirma a contratação por "ajuste direto" e que tem a "duração de dois anos". Quanto à remuneração é "equiparada e limitada ao vencimento base do Ministro das Finanças", ou seja, Sérgio Figueiredo irá auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro, correspondendo a 4.767 euros. Sérgio Figueiredo terá começado a desempenhar as suas funções a 29 de julho.

Trata-se, porém, de uma contratação que está a gerar muita polémica. Da Esquerda à Direita, os partidos já vieram a público criticar o que classificam de uma escolha como base em "redes de amigos ou do pagamento de favores" ou mais um "capítulo da relação promíscua" entre o Governo e o PS.

Através das redes sociais, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda afirma que estamos perante uma contratação "absolutamente criticável: Medina vai pagar uma avença ao amigo que já lha pagou na TVI. As escolhas públicas não podem estar reféns de redes de amigos ou do pagamentos de favores. Mais um exemplo do pântano das maiorias absolutas".

É também exemplo de como o Governo escolhe pagar bem a subserviência e a lealdade política, enquanto rejeita valorizar a competência e a idoneidade na Administração Pública. São as marcas de um partido que se confunde com o Estado: não quer bons trabalhadores, prefere boys e girls, acrescenta Pedro Filipe Soares

Na antena da rádio TSF, o deputado social-democrata Duarte Pacheco "isto evidencia como é evidente uma enorme promiscuidade que existe entre o PS e o Governo e alguns órgãos de comunicação social em que de facto 'defendem-me hoje e eu trato da tua vida amanhã'. Aqui está mais um exemplo. E tenho muita pena, sinceramente, sou amigo do Sérgio Figueiredo, tenho uma excelente relação pessoal com ele, [mas] acho que ele só fica mal ao ter aceitado este convite".

O Chega quer ouvir o ministro das Finanças no Parlamento. André Ventura diz que Fernando Medina tem de explicar as razões desta contratação.

"Há aqui uma questão de tem que ser explicada do ponto de vista da transparência, sobretudo da transparência política e do ponto de vista da transparência da relação do Governo com a imprensa em geral", afirmou André Ventura, anunciando que o pedido para ouvir Medina no Parlamento já foi entregue à Comissão de Orçamento e Finanças para que o ministro explique "as razões que estão por detrás desta contratação e quais as motivações políticas".

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Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, "Fernando Medina é ministro das Finanças está a contratar uma pessoa para fazer avaliação de políticas públicas, uma pessoas que já tinha contratado Fernando Medina. Fica a suspeição".

Já o PCP, não quis para já comentar o assunto.

Nascido em 1966, Sérgio Figueiredo já foi diretor do Diário Económico e do Jornal de Negócios, tendo também trabalhado para o canal televisivo RTP2. Entre 2007 e 2014 foi diretor da Fundação EDP e, entre 2015 e 2020, foi diretor de informação da TVI.

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