A ministra do Ensino Superior foi uma das últimas governantes visada na questão das incompatibilidades. Em causa uma empresa de envolve o marido. Esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, Elvira Fortunato esclareceu que dúvidas “não se podem levantar agora nem nunca”.
“O meu marido é professor e investigador como eu, nós não temos outros rendimentos. Só se ele [o marido] deixasse de ser professor e ficasse agora no desemprego”, afirmou, garantindo que a informação que veio a público “não é verdadeira na sua totalidade”, ou pelo, “não é rigorosa, aquilo que se tentou montar não é uma notícia são factos que não correspondem à verdade"
Questionada sobre se se podem levantar dúvidas de legitimidade, até dentro da comunidade científica? “Essas dúvidas não se podem levantar agora nem nunca. Não há qualquer interferência do Ministério quer nas decisões da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), projetos ou tudo aquilo que a fundação faz, portanto ela é autónoma".
A ministra fala sobre o apoio da FCT atribuído a um projeto de um associação do marido. De acordo com a revista Sábado, foram-lhe entregues 56.275 euros a 27 de julho pela fundação que é tutelada por Elvira Fortunato.
"O projeto é coordenado por outra instituição, a UNINOVA, e o AlmaScience, que é um laboratório colaborativo, é um parceiro desse projeto. O meu marido faz parte de uma equipa que entra num consórcio desse projeto. Isso é o normal. Normalmente os projetos são em consórcio", explicou, adiantando que no projeto, sobre baterias feitas a partir de materiais sustentáveis, também está a Universidade do Minho.
Quanto à participação na empresa NTPE – Investigação, Desenvolvimento e Comercialização de Transístores e Biossensores Eletrónicos de Papel criada em julho 2018, tendo Elvira Fortunato uma quota de 10,5%, a ministra assegurou que “desde o dia 18 de março não faço parte dessa empresa”.
Nessa altura, explicou, transmitiu a quota para o marido e precisou que esse ato está na página do registo comercial, não sendo obrigatório estar noutro que foi consultado pelos jornalistas.
“Só integrei o Governo depois de regularizar estas situações. (…) E claro que [as] comuniquei ao primeiro-ministro”, afirmou, justificando que não pediu qualquer parecer à Procuradoria-Geral da República “por achar que não tinha que pedir”.