Acompanhada por um cabaz com alguns alimentos que fazem parte do cabaz essencial - massa, meia dúzia de laranjas e um molho de brócolos -, a líder do PAN, Inês Sousa Real, revelou o custo desses produtos, salientando que não dão para “fazer uma refeição” mas custam “4,33 euros”.
"Como é que perante uma refeição completa que custa mais de cinco euros não há abertura para discutir medidas extraordinárias como a redução para zero do IVA no cabaz essencial?", questionou.
“O salário médio é cada vez mais o salário mínimo. A desigualdade é um fosso cada vez mais difícil de ultrapassar. (…) As famílias e as necessidades do país ficam sempre para trás. As ditas contas certas de que tanto fala servem para as grandes empresas poluidoras em vez de servirem para as famílias", disse Inês Sousa Real, defendendo a descida do IVA para bens essenciais.
Antes de passar a palavra ao primeiro-ministro, o Presidente da Assembleia da República fez uma observação, em tom de brincadeira, sobre a intervenção de Inês Sousa Real.
"Senhora deputada, sabe que a linguagem se inventou para nós podermos falar das coisas sem termos necessariamente de mostra as coisas", disse Augusto Santos Silva, provocando alguns risos no plenário
Seguiu-se depois a resposta do primeiro-ministro que assegurou que, "tal como no passado", o Governo terá "plena disponibilidade para discutir com o PAN as propostas que venha a apresentar na especialidade.
"Para que, com esforço de boa vontade e boa-fé possamos encontrar um ponto de encontro. Espero que nos encontremos na especialidade", afirmou António Costa.
O chefe do Governo admitiu que o país está a sofrer "um choque inflacionista brutal", realçando que não resulta de políticas internas, mas de circunstâncias externas como a guerra da Ucrânia.
António Costa manteve a previsão do Governo para a inflação que tem apontado para este ano - 7,4% - e a previsão de que esta vai "começar a desacelerar" em 2023.