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"Segui os procedimentos", diz ministro sobre nomeação de arguido na operação "Tempestade Perfeita"

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Enquanto ministro da Defesa, João Cravinho nomeou Alberto Coelho para um cargo de destaque.

O agora ministro dos Negócios Estrangeiros foi questionado pelos jornalistas em Bruxelas, onde se encontra a participar Conselho dos Negócios Estrangeiros, sobre a nomeação de um agora arguido na operação “Tempestade Perfeita”.

“Segui os procedimentos. Quando recebi o relatório do Tribunal de Contas, aquilo que fiz foi enviar para o Ministério Público para prosseguir as suas investigações", respondeu João Gomes Cravinho sobre a nomeação de Alberto Coelho para um cargo novo: a presidência do Conselho de Administração de uma empresa do universo das indústrias de defesa.

Acontece que já sobre Alberto Coelho recaíam várias suspeitas no Ministério. Um ex-secretário de Estado entregou ao então ministro João Gomes Cravinho um relatório sobre dúvidas relacionadas com a requalificação do antigo hospital militar de Belém. Não entendia os ajustes diretos na obra, a falta de esclarecimentos sempre que os pedia a Alberto Coelho e não compreendia porque a empreitada que tinha três semanas de duração tinha passado dos 750 mil euros autorizados para 3 milhões e 200 mil.

A auditoria, que chegou a ser classificada como secreta, foi entregue ao Tribunal de Contas e, mesmo com as dúvidas que ela levantava, meses depois, João Gomes Cravinho nomeou Alberto Coelho para o novo cargo.

Agora, o ministro dos Negócios Estrangeiros recusa comentar a questão, sustentando que “este é o momento da justiça, [pelo que] não nos devemos envolver com comentário político sobre um procedimento judicial".

Além de Alberto Coelho, e no âmbito da operação “Tempestade Perfeita” foram detidos outros dois altos quadros do Ministério da Defesa e dois empresários do setor da construção civil. São suspeitos de corrupção ativa e passiva, abuso de poder, peculato e participação económica em negócio.