O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) refere esta quinta-feira, em comunicado, que tem neste momento conhecimento de um total de “40 cidadãos portugueses retidos” no Peru “devido à instabilidade política e social que aí se verifica”. Saliente-se que este é um número bastante superior ao que era até agora conhecido.
“De momento, o MNE tem conhecimento de 40 cidadãos portugueses, que se encontram nas regiões de Cusco, Arequipa e Águas Calientes (Machu Pichu), retidos devido ao encerramento dos aeroportos e da circulação rodo e ferroviária”, lê-se no comunicado do MNE, que assegura que “através da Embaixada de Portugal em Lima e do Gabinete de Emergência Consular, tem estado a acompanhar de perto a situação dos cidadãos portugueses”.
A tutela acrescenta ainda que a Embaixada de Portugal em Lima está a realizar “todas as diligências possíveis junto das autoridades peruanas e mantido contactos com os portugueses e respetivas famílias, tendo em vista a sua saída, em segurança, do país”.
Além disso, refere o comunicado, e “uma vez que existem outros cidadãos da União Europeia (UE) no Peru, em idêntica situação, está em curso a articulação com os representantes diplomáticos dos demais países da UE no Peru, bem como com o Chefe da Delegação da União Europeia em Lima.”
Mais. “Todos os cidadãos”, esclarece o MNE, estão “em segurança” e em contacto constante com a Embaixada de Portugal assim como como as respetivas famílias.
Face à situação no Peru, o Ministério reitera o apela “a que os cidadãos portugueses evitem deslocações terrestres” no país, e que sejam evitadas “viagens não essenciais no e para o Peru".
Em caso de dificuldades deverão os cidadãos portugueses sinalizar o seu caso a: gec@mne.pt; lima@mne.pt ou pelos telefones + 351 217 929 714 | + 351 961 706 472
Peru em estado de emergência
Na quarta-feira, o governo da nova chefe de Estado do Peru, Dina Boluarte, decretou o estado de emergência em todo o país, por um período de 30 dias, "para controlar atos de vandalismo e violência cometidos nas manifestações de protesto" contra a destituição do ex-presidente Pedro Castillo.
O ex-presidente foi detido na quarta-feira passada por guarda-costas quando se dirigia à embaixada do México para solicitar asilo político. É acusado de "rebelião" e na quinta-feira o Supremo Tribunal ordenou, a pedido do procurador-geral, que permanecesse em detenção provisória por sete dias.