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Caso Alexandra Reis: "Ou Pedro Nuno Santos é incompetente e não sabia ou está a faltar à verdade"

José Gomes Ferreira analisa o caso colocando dúvidas como "Quem sabia" e recorda uma auditoria que poderá explicar a saída de Alexandra Reis.

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As dúvidas permanecem envolta da polémica indemnização que Alexandra Reis recebeu para abandonar a administração da TAP. José Gomes Ferreira analisa o caso colocando questões em cima da mesa: "Quem sabia", "Terá sido 'forçada' a sair" e "Estará a saída de Alexandra Reis da TAP relacionada com uma auditoria"? Ao Governo socialista são apresentadas responsabilidades e lançadas críticas, que se debruça com a oitava mudança em menos de um ano.

QUEM É QUE SABIA?

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos e o ministro das Finanças, Fernando Medina, que teve de pedir a Alexandra Reis que apresentasse a demissão, garantem que não sabiam da indemnização de 500 mil euros.

muito estranho numa empresa daquelas, com um processo de reestruturação profundo, declarada situação económica difícil e o ministro da tutela não sabe", explica José Gomes Ferreira. Acrescenta ainda que "é impossível" a presidente e a administradora da TAP negociarem uma saída de meio milhão de euros e "ninguém saber de nada".

Perante este esclarecimento por parte do ministro das Infraestruturas, José Gomes Ferreira coloca duas hipóteses: "ou Pedro Nuno Santos é incompetente e não sabia ou está a faltar à verdade".

A SAÍDA DE ALEXANDRA REIS DA TAP E A AUDITORIA ÀS COMPRAS DOS AVIÕES

Outra dúvida que paira sobre esta polémica é Alexandra Reis decidiu sair da TAP ou foi "empurrada" pela empresa? Na ótica de José Gomes Ferreira, uma auditoria realizada às compras dos aviões este ano detetou que os pagamentos dos leasing (aluguer) são 20% acima das condições de mercado.

"Há gente na TAP que sabe muito mais do que nós suspeitamos e esta saída ninguém consegue explicar", frisa José Gomes Ferreira.

Ainda assim, há uma questão que está a surgir no seio do Governo ainda mais vasta, "profunda e que poderá criar uma clivagem". Segundo Gomes Ferreira, poderá estar relacionada com a comunicação entre a tutela operacional e a tutela financeira.

Em fevereiro, saiu da TAP e, em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).