Esta quinta-feira, António Costa reuniu-se com Ursula von der Leyen em Bruxelas, mantendo-se afastado dos assuntos nacionais, nomeadamente do mais recente caso das buscas da PJ na Câmara Municipal de Lisboa.
A Polícia Judiciária realizou esta quarta-feira buscas no departamento de urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa. O mandado de busca é relativo a dois contratos para prestação de serviços entre 2015 e 2016, altura em que Fernando Medina era Presidente da autarquia.
Esta noite, o primeiro-ministro, António Costa, não comentou se mantinha a confiança no ministro das Finanças, Fernando Medina, quando abordado pela correspondente da SIC em Bruxelas.
Os contratos sob investigação foram celebrados entre a Câmara Municipal de Lisboa e a sociedade JLD Consultoria, Unipessoal, Lda., de Joaquim Morão Lopes Dias, um dirigente socialista e ex-autarca de Idanha-a-Nova e Castelo Branco.
O objetivo do esquema, segundo a investigação, seria o financiamento ilícito do PS, através da angariação de dinheiro em obras públicas com subornos de empreiteiros - os chamados “sacos azuis”.
Para contratar Morão, que foi consultor durante dois anos, o município terá simulado uma consulta ao mercado, recorrendo por duas vezes a empresas prestadoras de serviços de um amigo de Morão.
Em declarações esta quinta-feira, Fernando Medina afirma ter total desconhecimento da investigação.
“Não tenho nenhum conhecimento de nenhuma investigação em curso, nunca fui ouvido, nunca fui chamado a prestar qualquer esclarecimento em nenhum processo de natureza judicial dos vários que têm vindo a público, em especial aquele que agora foi noticiado. Desconheço em absoluto”, afirmou Fernando Medina.
Da mesma forma, negou qualquer contratação por vínculo partidário, assegurando que contratou Mourão pelo seu “perfil adequado para a missão".
Na reunião, António Costa e Ursula von der Leyen falaram sobre o apoio da União Europeia (UE) à Ucrânia e as oportunidades de comércio com o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). A extensão do mecanismo ibérico para controlar os preços do gás e da eletricidade pode também ter sido discutido entre o primeiro-ministro e a Presidente da Comissão Europeia.