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Crise na captação de médicos "não é exclusiva" de Portugal

Quem o diz é Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, que considera que os salários não são a única preocupação dos profissionais.

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Na Comissão de Saúde no Parlamento, o diretor executivo do SNS reconheceu que há capacidades em Portugal, nomeadamente "captar, reter e valorizar talento que acabamos por formar", que são críticas, mas considerou que são transversais.

Na Assembleia da República, Fernando Araújo disse que os problemas das novas gerações de médicos não passam só pelos salários e que os aumentos não chegam para fixar profissionais.

"O que eles querem mesmo é, naturalmente, o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar, é diferenciar-se e ter um projeto de vida do ponto de vista profissional, é ter infraestruturas e equipamentos, é ter flexibilidade nos horários de trabalho, é ter lideranças que os inspirem a trabalhar no SNS", afirmou.

Relativamente ao encerramento das urgências de pedopsiquiatria durante a noite, o diretor executivo do SNS explicou que o objetivo é que haja mais médicos para consultas programadas.

"Isso não se faz às cinco da manhã no meio de uma urgência de pediatria, não é possível fazer. O que nós estamos a fazer com isso é a gastar o tempo que é valioso dos pedopsiquiatras, para no dia seguinte receber essas crianças e essas famílias. Muitos desses doentes se tivessem uma consulta a tempo e horas, evitavam ter algumas das compensações que os levam à urgência à noite.", explicou.

Fernando Araújo deixou a garantia que o plano em vigor privilegia o atendimento de proximidade em todo o território nacional.

O PRR tem previsto criar 40 equipas comunitárias de saúde mental até 2025.