Manuel Pizarro garante que as negociações com os médicos não foram interrompidas. Em declarações exclusivas à SIC, o ministro da Saúde afirma que o calendário prevê que as negociações só acabam em julho.
As declarações do ministro surgem depois da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusar o Governo de atrasar as conversações e de cancelar uma reunião. Pizarro diz que não já há nenhum problema com a FNAM.
“Isto está completamente ultrapassado”, garante o ministro, afirmando que o Governo está "muito comprometidos em relação aos dois sindicatos de médicos num processo de diálogo”.
Manuel Pizarro garante que as negociações “estão a decorrer normalmente, com um calendário que acaba em julho”.
Sobre as reivindicações dos enfermeiros, o ministro da Saúde lembra que, em novembro do ano passado, foi alcançado um acordo que já revê a situação de 17 mil profissionais. Manuel Pizarro diz que "há um grande acordo entre o Estado e os enfermeiros”, mas admite rever situações pontuais.
“É a primeira vez desde 2004 que há uma revisão da carreira dos enfermeiros. Mais de 17 mil enfermeiros já foram reposicionados e receberam retroativos a janeiro de 2022. Acho que esse é um grande esforço do Estado – cerca de 80 milhões de euros por ano – que os enfermeiros reconhecem”, afirma o ministro.
Manuel Pizarro admite haver “situações que têm de ser corrigidas”, afirmando que o Estado está “muito disponível” para rever essas situações. O ministro afirmou ainda que o “diálogo está a correr bastante bem”.
Pizarro garante que “não há nenhum problema ideológico” com as PPP
O ministro da Saúde diz que "não há nenhum problema ideológico" com as parcerias público privadas (PPP) nos hospitais públicos, nomeadamente em Loures e Vila Franca de Xira.
“Não há nenhum problema ideológico em relação à PPP. Em janeiro deste ano, continuou a sua operação, com um novo contrato, a PPP de Cascais. Que sentido faria que um Governo que tivesse um problema ideológico com as PPP promovesse uma PPP no hospital de Cascais e tivesse uma posição contrária em Loures ou Vila Franca de Xira”, disse o ministro.
Manuel Pizarro recusou divergências com o CEO do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que foi ao Parlamento criticar a forma como foi feita a transição da gestão privada dos hospitais para o público.
“Eu aceito que compreensivelmente os parceiros privados que operavam o hospital de Loures e o hospital de Braga e o hospital de Vila Franca de Xira não aceitaram continuar a operar esses hospitais enquanto durasse o concurso – pelo menos não aceitaram pelo mesmo preço. Evidentemente que sem concurso, não haveria Governo nenhum que pudesse aumentar o preço e portanto o Estado teve de tomar conta da operação desses hospitais”, explica.
Manuel Pizarro afirma ainda que as são decisões para esses hospitais têm de ser "tomadas semana a semana".