O ministro da Saúde faz uma apreciação “muito positiva” da entrevista dada pelo Presidente da República, esta quinta-feira, à RTP e ao jornal Público. Manuel Pizarro diz que as palavras de Marcelo “estimulam a continuar” o trabalho no Serviço Nacional de Saúde.
"Eu faço uma apreciação muito positiva das palavras do Presidente da República. Elas estimulam-me a continuar este trabalho que é muito importante e que, aliás, tem tido sempre a solidariedade do Presidente da República”, disse o ministro aos jornalistas.
No caso das PPP hospitalares, Manuel Pizarro sublinhou que não se trata de um tema ideológico do Partido Socialista.
“Em todas as PPP hospitalares que já existiram no nosso país, os concursos foram lançados e os contratos assinados por Governos do PS. É um facto objetivo. A demonstração clara de que não se trata de um tema ideológico é que o novo contrato da PPP de Cascais foi assinado por um Governo do PS – pela minha antecessora – e entrou em vigor já comigo como ministro da Saúde”, disse.
Pizarro sublinhou, “em muitos casos, as PPP tinham as mesmas dificuldades que o SNS tem”.
“As PPP nem devem ser diabolizadas nem devemos fazer delas a panaceia universal, porque também não são”, rematou.
“Diálogo tem de ser feito na mesa das negociações”
Quando questionado sobre a negociação com os médicos, Manuel Pizarro considera que o processo está a decorrer com normalidade. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) convocou uma greve de dois dias, que decorreu esta quinta e sexta-feira, e uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde.
“Eu não faço nada o balanço de que não está a haver uma real negociação. A demonstração disso é que havendo dois sindicatos que acordaram com a minha antecessora um caderno e um calendário para a negociação, que acaba em junho, só um dos sindicatos é que resolveu, a meio das negociações, fazer greve”, disse Manuel Pizarro, acrescentando que tal situação “é a demonstração suficiente de que existe um diálogo efetivo”.
O ministro sublinhou que o diálogo “tem de ser feito na mesa das negociações” e garante que o Governo está empenhado em “revalorizar as carreiras médicas”. No entanto, Manuel Pizarro lembra que a taxa de retenção dos médicos que acabam a especialidade ronda os 70%.
“Nós temos de fazer um esforço para atrair mais profissionais, principalmente médicos. Mas também é preciso vermos os números: nós temos atraído 70% dos profissionais que acabam a especialidade em todas as regiões do país.”