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Primeiro navio elétrico da Transtejo chegou a Lisboa mas vai ter de ser reparado

Depois da polémica associada ao processo de compra dos navios elétricos da Transtejo, o primeiro navio chegou danificado a Lisboa.

(Arquivo)
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Horacio Villalobos/Getty Imagens

“Cegonha-Branca”, o primeiro dos dez navios elétricos comprados ao estaleiro espanhol, chegou a Lisboa, mas vai ter de ser reparado antes de ser utilizado.

Depois das organizações sindicais responsabilizarem o Governo pela polémica em torno da compra dos navios pela Transtejo, o primeiro navio comprado, foi descarregado ao chegar a Lisboa e apresentou danos no casco.

A empresa não especificou a gravidade dos danos, nem avançou com um prazo para o seu regresso, mas foi garantido ao Observador que o navio vai sofrer reparações e que a responsabilidade pertence aos Astilleros Gondán, o fabricante que fretou o transporte.

“O estaleiro irá proceder à habitual e rigorosa avaliação do navio e irá determinar a realização das reparações necessárias. Os custos serão, naturalmente, assumidos pelo fretador do navio de carga, responsável pelo transporte”.

A Transtejo avança ainda que a entrega definitiva do Cegonha-Branca ocorrerá depois do problema estar resolvido. Na sequência disso, serão efetuadas as necessárias vistorias técnicas por parte da Direção Geral de Recursos Naturais (DGRN), Segurança e Serviços Marítimos e o processo de legalização do navio mediante emissão do certificado de navegabilidade e do registo do título de propriedade.

A polémica que antecede a compra dos navios

Recentemente, o tribunal de contas travou a compra de nove “pacotes” de baterias para navios elétricos com um custo superior de 15 milhões de euros sem IVA, por entender que o negócio não deveria ter um intermediário.

Assim sendo, a Transtejo efetuou a compra de dez navios elétricos, dos quais nove sem baterias.

“A Transtejo comprou um navio completo e nove navios incompletos, sem poderem funcionar, porque não estavam dotados de baterias necessárias para o efeito. O mesmo seria, com as devidas adaptações, comprar um automóvel sem motor, uma moto sem rodas ou uma bicicleta sem pedais, reservando-se para um procedimento posterior à sua aquisição”, considerou o Tribunal de Contas.

Segundo o Tribunal, a prática de um conjunto de decisões “economicamente irracionais” atingiu o interesse financeiro do Estado e tem um elevado impacto social.