O Centro Ismaili foi alvo de um ataque, esta terça-feira. O indivíduo afegão atacou três pessoas, provocando a morte a duas funcionárias do centro. Ainda não se sabe quais as motivações para o crime. Cátia Moreira de Carvalho, especialista em extremismos e professora na Universidade do Porto (UP), alerta que é preciso não “especular”.
“Vivemos numa sociedade que tende muito para polarização política e para o extremismo político. Estar a associar este tipo de crime a uma forma de extremismo, uma nacionalidade ou uma situação de imigração penso que pode contribuir para esses estereótipos e aumentar essa polarização”, disse a especialista em declarações à SIC Notícias.
Cátia Moreira de Carvalho lembra que “ainda não se sabe as motivações, os contornos que giram em torno deste crime”. Acrescenta que “este tipo de violência não é normal em Portugal”, pelo que não existe necessidade das “pessoas sentirem alarme social”.
A professora da UP, que estudou a comunidade muçulmana em Portugal, destaca que os “membros desta comunidade são um exemplo para toda a sociedade portuguesa no que toca a uma integração muito bem sucedida, uma responsabilidade cívica e uma cidadania ativa”.
“Os membros da comunidade muçulmana, na sua generalidade, são primeiro portugueses e só depois muçulmanos e não o contrário”, remata, sublinhando que “a primazia da identidade destas pessoas é a identidade portuguesa e não muçulmana”.