Em Ourém estão identificados 1.027 imóveis devolutos, mais do dobro dos imóveis identificados, por exemplo, no Porto. A realidade é que o número de imóveis devolutos é grande, tal como a procura de habitação.
Para o vendedor imobiliário Frederico Silva, que trabalha na área há mais de duas décadas, a recuperação destes imóveis é muitas vezes uma autêntica dor de cabeça.
O elevado custo financeiro, a falta de mão de obra na região e o atraso no licenciamento das obras levam a que muitas vezes o investimento neste tipo de imobiliário não compense.
A autarquia tem, neste momento, um único incentivo para que os proprietários invistam na recuperação das casas: quem tiver um imóvel que for considerado devoluto em Ourém pagará o triplo do preço.
Em declarações à SIC Notícias, o presidente da Câmara Luís Albuquerque não descarta, no entanto, a hipótese do município adquirir os imóveis e fazer a recuperação dos mesmos para colocar no arrendamento acessível.
Naquele que é o concelho mais populoso do Médio Tejo, são cada vez mais as aldeias que perdem população. É o caso da Freixianda, uma das freguesias onde o número de habitantes diminui a cada ano que passa e onde o preço de um imóvel devoluto pode começar nos 20.000 euros. O problema é o estado de conservação dos mesmo.
Para Paulo Nunes, presidente da junta de freguesia da Freixianda, o programa do Governo não resolve o problema do interior.