País

Para dissolver o Parlamento são precisas duas coisas. Belém explica

Em Belém, convocar eleições sem saber se António Costa chegou mesmo ao fim da linha e sem ter o PSD se distanciado do Chega é visto como uma aventura.

Loading...

O Presidente da República afirmou na quinta-feira que “já disse tudo o que tinha a dizer” sobre a questão da alternativa política ao Governo. O Chefe de Estado quer evitar a dissolução do Parlamento, pelo menos até ter duas garantias.

Em Belém, convocar eleições sem saber se António Costa chegou mesmo ao fim da linha e sem ter o PSD se distanciado do Chega é visto como uma aventura, de acordo com o Expresso.

As duas condições são haver “um líder que à direita protagonize o descontentamento geral” e “perceber se António Costa já passou o ponto de não retorno”, diz fonte de Belém ao Expresso.

Mas para já, as últimas sondagens mostram que os portugueses preferem evitar crises políticas mesmo quando a maioria avalia o Governo como “mau” e “muito mau”.

Na check list de Marcelo Rebelo de Sousa para utilizar a "arma atómica”, está também a relação entre o Chega e PSD, o Chefe de Estado quer que sociais democratas livres de qualquer dependência, até mesmo de relações cortadas.

Luís Montenegro já assumiu o compromisso de o fazer, por duas vezes, ainda que nunca diz o partido a que se refere.

"Quero garantir que nós não vamos ter no Governo nem políticas, nem políticos racistas nem xenófobos, nem oportunistas nem populistas. Ou apoio político. Nós não vamos ter apoio político ou políticos racistas nem xenófobos, nem oportunistas nem populistas, demagogos. E sobretudo eu não quero no meio governo imaturidade e irresponsabilidade", disse Montenegro em entrevista à CNN Portugal.

A promessa foi feita e repetida talvez para responder ao Presidente da República que diz que: "a oposição tem de mostrar que é alternativa para os portugueses. Obviamente que ainda não é [alternativa]”, ou talvez para forçar André Ventura a moderar-se.