O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.) não acredita que seja possível chegar a acordo com o Ministério da Educação, sobretudo se o ministro João Costa continuar insistir nas propostas apresentadas pela tutela. Em entrevista na SIC Notícias, o coordenador nacional do sindicato, André Pestana, volta a apelar à participação na próxima manifestação, no dia 25 de Abril, em Lisboa.
Na véspera da nova ronda de negociações com o Ministério, que tem lugar esta quinta-feira, o S.TO.P. anunciou várias medidas de protesto, como acampamentos em Lisboa e uma manifestação no dia 25 de Abril, além das greves já marcadas para os dias 24, 26, 27 e 28.
"Se o ministro continuar a insistir nas propostas que tem feito, não será possível um acordo", garante André Pestana á SIC Notícias.
O anteprojeto de decreto-lei, entregue no início do mês às organizações sindicais, define um conjunto de medidas com impacto na progressão na carreira dos professores em funções desde 30 de agosto de 2005, ou seja, para quem atravessou os dois períodos de congelamento durante a última crise económica.
"O decreto-lei sobre regime de gestão e recrutamento que foi aprovado (…) vai piorar ainda mais a situação de milhares e milhares de professores, alguns falam mesmo em desistir e nós, como todos sabemos, já temos falta de professores neste momento em Portugal. E temos milhares e milhares de alunos sem professores a uma ou mais disciplinas e que irá aumentar para o anos de forma significativa, serão cerca de 110 mil", defende o coordenador do S.TO.P.
Pontos fundamentais para criar igualdade
“As propostas do Ministério são mais: dividir para reinar, é dar umas migalhas maiores a uns que a outros, mas não resolvem os problemas de fundo”, realça André Pestana em entrevista na SIC Notícias, esta manhã.
Em relação aos pontos fundamentais para ciar igualdade, o responsável do S.TO.P. enumera os seguintes: igualdade entre docentes do continente e ilhas, fim das quotas de acesso ao quinto e sétimo escalão para todos, mais profissionais não docentes nas escolas para dar apoio às nossas crianças, nomeadamente com necessidades educativas especiais, com melhores salários e carreiras dignas.
"Só não há dinheiro para quem trabalha"
Depois do anúncio nesta quarta-feira, André Pestana volta a fazer um apelo à manifestação na próxima semana:
“Apelamos que no próximo 25 de Abril, em Lisboa, façamos a maior manifestação do 25 de Abril deste século porque estamos a apelar com o mote - ‘Só não há dinheiro para quem trabalha’”
O coordenador do S.TO.P. conta com a participação de muitos milhares de professores de profissionais da educação no próximo protesto em Lisboa.