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"A nível da vinculação há uma situação de clara injustiça"

O coordenador da organização sindical S.TO.P. considera que o diploma não resolve os problemas da instabilidade, nem das injustiças respetivamente às carreiras dos professores.

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André Pestana, coordenador do movimento S.TO.P., acredita que o diploma promulgado pelo Presidente da República não traz estabilidade aos professores, nem às escolas. Nesta quarta-feira, arranca amanhã o novo concurso público de professores.

Em entrevista à SIC Notícias, logo após as explicações do ministro da Educação sobre o novo decreto-lei que altera a vinculação e colocação de professores, o coordenador do S.TO.P. alega que existem ainda fatores de instabilidade para os docentes.

“Nós temos neste momento professores que estavam efetivos a um quadro de agrupamento já há muitos anos com essa estabilidade e que agora poderão ser obrigados, além de dar aulas nesse agrupamento escolar, a dar simultaneamente noutro agrupamento escolar com outro projeto educativo”; refere André Pestana.

Para o coordenador, o diploma prejudica docentes “com uma certa idade” que se terão de deslocar dezenas de quilómetros por dia “que antes não tinham”.

Da mesma forma, André Pestana considera injusto o facto do diploma possibilitar que colegas de profissão com menos tempo de serviço possam ultrapassar na vinculação os que tiveram mais anos registados.

Por outro lado, o ministro da Educação, João Costa, explica esta terça-feira à SIC Notícias que os professores não são prejudicados, porque vão concorrer em pé de igualdade no próximo concurso.

“Se um professor tem 10 anos acumulados de tempo de serviço e agora vai vincular através das condições de vinculação dinâmica, e há um professor que está mais longe, dois de Viseu por exemplo, há um que entretanto vinculou, porque arriscou a colocação longe de casa, mas tem nove anos de serviço, o que tem 10 anos de serviço que vai vincular vai estar à frente do outro”, expõe João Costa.

Da mesma forma, a Federação Nacional de Educação (FNE) defendeu, esta terça-feira, que, ao contrário do que dizem o ministro da Educação e o primeiro-ministro, o novo diploma de concursos continua a obrigar os professores a "andar com a casa às costas".