O Governo garante que estão reunidas todas as condições para se realizarem as provas de aferição e que o calendário previsto vai ser mantido. Para esta terça-feira está prevista a realização das primeiras provas de aferição dos alunos do 8.º ano em formato digital, mas algumas escolas não vão conseguir concretizar esse plano. Os docentes criticam o facto do "manual de instruções" ter chegado dois dias úteis antes do arranque das provas o que terá obrigado ao adiamento, como explica Filinto Lima, em entrevista na SIC Notícias.
“Algumas escolas seguramente que irão adiar a aplicação desta prova para outro dia até ao dia 26 de maio porque há um lapso temporal que de facto pode ser usado, contudo nós nas escola públicas portuguesas programamos as atividades que são calendarizadas com algum tempo de antecedência, informamos os encarregados de educação, informamos os pais e os nossos alunos da aplicação destas provas de aferição que, em algumas situações, poderão não ser realizadas no prazo que nós acordámos em virtude da situação que aconteceu”, alega o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
"Nas escolas fizemos o TPC, ao que parece o IAVE não atuou da mesma forma"
Filinto Lima lamenta que não se tenham “tirado ensinamentos do passado”.
O ano passado realizou-se um projeto piloto em algumas escolas que “correu muito bem”, mas do qual não se retiraram as devidas conclusões, defende o representante dos Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
“Parece que nós não aprendemos com os ensinamentos do ano passado. Na verdade, nós nas escolas fizemos o TPC, ao que parece o IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) não atuou da mesma forma. O que se pede é que de facto de futuro estas situações sejam evitadas”.
Provas em formato digital "parece-nos precoce" para os alunos do 2.º ano
“A aplicação destas provas em formato digital parece-nos precoce para os alunos do 2º ano. São alunos que têm 6, 7 anos e melhor seria que estas provas fossem realizadas recorrendo ao papel e à esferográfica”, considera Filinto Lima.
Em relação às restantes provas de aferição, “achamos que o caminho é mesmo este, o caminho é o digital”.
Filinto Lima realça que as “provas servem para aferir o conhecimento dos nossos alunos e também servem para aferir as condições que existem nas nossas escolas”.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas sublinha que é importante tornar melhor a aplicação destas provas de aferição e corrigir os lapsos, porque apesar de não contarem para a avaliação, são provas relevantes para o sistema educativo.
Vários coordenadores de agrupamentos de exames apresentam demissão
O IAVE alega a data do envio deveu-se a "questões técnicas de segurança", garantindo tratar-se de uma aplicação com uma "instalação muito simples".
Esta segunda-feira, vários coordenadores de agrupamentos de exames de norte e centro do país pediram a demissão. Alegam um braço de ferro com o Ministério. Segundo o Diário de Notícias, representam neste momento a esmagadora maioria dos agrupamentos no país.