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Internamentos sociais: "Os cuidadores informais carecem de apoios"

Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, salienta a falta de capacidade das famílias para receber de volta os doentes e a falta de apoios para os cuidadores informais. Poucos têm a acesso ao estatuto de cuidador informal e menos têm apoio financeiro.

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Há cada vez mais pessoas internadas no Serviço Nacional de Saúde por não terem para onde ir. A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares diz que faltam outras respostas a este tipo de internamentos, nomeadamente a dificuldade e morosidade no acesso ao estatuto de cuidador informal e fala em custos muito elevados para os hospitais.

“Estamos perante uma subida abrupta de internamentos sociais - de 1.048 em 2022, este ano subimos para 1.675. Mais do que isso, temos um aumento enorme dos dias de internamento - de 30 mil, passamos para mais de 100 mil este ano”, sublinha o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto.

A falta de outras respostas é a grande responsável por este aumento de 60% em março em relação ao mesmo mês do ano passado:

Xavier Barreto salienta no entanto a falta de capacidade das famílias para receber de volta os doentes e a falta de apoios para os cuidadores informais. Poucos têm a acesso ao estatuto de cuidador informal e menos têm apoio financeiro, diz.

““Os apoios sociais a estas famílias têm faltado. Os cuidadores informais carecem de apoios. Apoios financeiros mas não só. Apoio psicossocial, muitas vezes até formação”.

Segundo o relatório do Barómetro de Internamentos Sociais, a ocupação de camas por pessoas que já tiveram alta clínica representou, em março, um custo de quase 52 milhões de euros para o Estado. No conjunto do ano, o impacto pode ser de mais de 220 milhões. Lisboa e Vale do Tejo e o Norte são as zonas com mais camas ocupadas indevidamente

O estudo foi realizado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) em parceria com a EY e com apoio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e da Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS), contou com a participação de 39 hospitais do SNS, num total de 19.462 camas, representando 88% da capacidade a nível nacional.