País

Entrevista SIC Notícias

"Não há luz ao fundo do túnel" nas negociações entre professores e Governo

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, diz que os professores estão de "olhos postos" na decisão do Presidente da República. Considera ainda que Marcelo Rebelo de Sousa seria um bom mediador das negociações.

Sala de aulas.
Loading...

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, considera que o impasse nas negociações entre os professores e o Governo está nas mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O responsável salienta que as greves se podem prolongar e, por isso, apela a um mediador nas negociações.

Lembrando que há greves na Educação desde o arranque do ano letivo, "há já ameaças de as greves se prolongarem", alerta.

"Há um documento nas mãos do Presidente da República (...). Os professores estão de olhos postos na decisão de Marcelo Rebelo de Sousa", afirma, referindo que os professores da Madeira conseguiram descongelar tempo de serviço e os de Portugal continental não.

Sobre a sugestão de Luís Marques Mendes, comentador da SIC, de Marcelo Rebelo Sousa para mediador das negociações entre professores e Governo, o responsável considera que seria um "bom mediador".

"Já se percebe que não haverá fumo branco nos próximos tempos, não há luz ao fundo do túnel, não há solução à vista. Parece que o túnel é cada vez maior".

Em entrevista à SIC Notícias, Filinto Lima apela ao consenso entre sindicatos e o Governo. Para isso, é preciso um mediador e reuniões mais frequentes, diz.

"Estamos a acabar um ano-letivo sem a paz e estabilidade que tanto ansiamos, mas também iremos, se calhar, começar o próximo ano-letivo sem essa estabilidade que muita falta faz às escolas", remata.

Professores realizam greve e manifestações

Uma plataforma de nove organizações de professores realiza esta terça-feira uma greve nacional e duas manifestações para reivindicar os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço prestado e não pago.

A reivindicação é antiga, mas tem agora um simbolismo especial, uma vez que o dia de hoje coincide com o tempo de serviço que os professores reclamam há já vários anos: 06/06/23.

Além da greve, estão convocadas manifestações para o Porto e para Lisboa, segundo a organização do protesto que também anunciou greves para a época de exames nacionais e avaliações finais.