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André Pestana garante que S.TO.P. “não assinaria estes cartazes”

O líder do S.TO.P. sublinha que o sindicato "não convocou" e não participou no protesto do dia 10 de Junho. No entanto, acusa António Costa de estar a "empolar a situação".

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O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.) acusa o primeiro-ministro de tentar "desviar as atenções" dos problemas da escola pública. A força sindical reagiu assim à polémica com os cartazes exibidos durante um protesto de professores, no Peso da Régua, em que António Costa é retratado numa caricatura com nariz de porco.

André Pestana, líder do S.TO.P., garante, em entrevista à SIC Notícias, que o sindicato “não convocou o protesto do dia 10 de Junho”. Em relação aos polémicos cartazes, afirma que o S.TO.P. “só pode responder por cartazes produzidos e assinados por si”.

“É totalmente falso que estes cartazes estejam associados ao S.TO.P., como alguns media afirmaram e como disseram alguns comentadores pagos a peso de ouro, como Marques Mendes e Ana Gomes”, afirma o líder do sindicato. “O próprio autor dos cartazes já veio dizer que não tem nada a ver com nenhum sindicato e que participou com as suas imagens em vários protestos de vários sindicatos – e não apenas do S.TO.P.”

Referiu ainda, por diversas vezes, que o S.TO.P. não participou no protesto do dia 10 de Junho, no Peso da Régua. Quando questionado se se revê nesta forma de protesto, André Pestana afirma que o sindicato “não assinaria estes cartazes”.

Apesar disso, o líder sindical não poupa críticas a António Costa, acusando-o de estar a “empolar a situação” ao referir a questão racial.

“Achamos que o primeiro-ministro está a empolar a situação porque, a nível nacional e internacional, é muito comum a associação dos políticos aos porcos. Não só no carnaval, mas também [o escritor] George Orwell. [O ex-primeiro-minstro] Boris Johnson foi tantas vezes caricaturado como um porco.”

Acusou ainda Costa de mentir aos portugueses sobre o tempo de serviço que foi recuperado pelos professores: “O primeiro-ministro, no dia 10 de Junho, disse que os professores, à semelhança dos restantes setores da administração pública, tiveram 70% da recuperação do tempo de serviço. Isso é manifestamente mentira.

Sobre as negociações, o líder do S.TO.P. considera tratarem-se de “um grande simulacro” e afirma que vão manter os protestos até serem atendidas as reivindicações dos profissionais da educação.

“Se o Governo não ceder nas principais reivindicações dos profissionais de educação, iremos dinamizar uma grande luta logo no início do ano letivo”, afirma André Pestana.