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Entrevista SIC Notícias

Fim do ano letivo está a ser "tumultuoso", "há greves, há serviços mínimos, nós não queríamos isto"

Em entrevista na SIC Notícias, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas lamenta que o final do ano letivo esteja a ser "tumultuoso" e reage à polémica sobre o protesto de docentes onde foi exibida a caricatura de António Costa.

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O ano letivo está a chegar ao fim e, tal como no início, os protestos dos professores continuam, agora com uma polémica a marcar ação dos docentes, um cartaz com a caricatura do primeiro-ministro que foi exibido numa manifestação no 10 de Junho, na Régua. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), critica a exibição desses cartazes "grotescos" e sublinha que o final do ano letivo está a ser "tumultuoso, não há paz, não há estabilidade, há greves, há serviços mínimos, nós não queríamos isto".

“Os diretores não se reveem, e estou convencido que ninguém se revê naquele tipo de atitude. São cartazes, de facto, grotescos, era melhor não serem exibidos no dia 10 de Junho, muito importante para o nosso país, mas a classe docente não é representada de por 10 professores, muito menos por 10 professores que exibem esses cartazes”, realça Filinto Lima.

Para o presidente da Andaep, o ano letivo que está a chegar ao fim tem sido “ensombrado pelas greves sucessivas, pelas manifestações, pelo braço de ferro intenso e imenso entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores” e lembra que a luta vai continuar e que deverá continuar no próximo ano. Filinto Lima garante, contudo, que “os alunos não foram prejudicados na sua globalidade”.

“Olhos postos no Presidente da República”


O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera o Presidente da República “tem a capacidade de pôr fim a este braço de ferro entre sindicatos de professores e o Ministério da Educação”.

Filinto Lima considera que as atenções estão centradas no Presidente da República porque tem nas mãos “um diploma que é um diploma da carreira dos docentes, que tem a ver com os 6 anos, 6 meses e 23 dias, para além de outras reivindicações, em que terá de dar uma decisão, ou vai vetar ou vai promulgar, neste momento não sabemos para que lado se irá inclinar a sua decisão, mas estamos todas na expetativa de uma decisão a curto prazo".

“Pensamos que Marcelo Rebelo de Sousa pode ser, será um bom mediador neste conflito intenso entre Ministério da Educação e sindicatos. É um conflito onde não se perspetiva solução, não há solução à vista, onde não há de facto o fumo branco, onde o túnel, que é o problema, cada vez é maior e, portanto, terá que haver alguém que de haver alguém que medeie as duas partes que estão de facto com posições antagónicas numa situação também, que é sui generis no contexto educativo nacional, onde não há união da parte de quem representa os trabalhadores.”