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Entrevista exclusiva SIC

Roberta Metsola em Portugal: da interação com os jovens à bica com Carlos Moedas

Numa entrevista exclusiva à SIC, Roberta Metsola diz que está com receio da abstenção nas próximas eleições europeias e deixa alertas sobre a extrema direita, mas também críticas à extrema esquerda.

Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola
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A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, vai estar em Lisboa para jantar com o primeiro-ministro, António Costa. Na sexta-feira participa no Conselho de Estado ao lado do Presidente da República.

Roberta Metsola regressa a Portugal e à Assembleia da República, desta vez para discursar e responder a perguntas dos deputados, algo inédito para um presidente de uma instituição europeia.

A um ano das eleições europeias, cresce o receio com uma abstenção que em 2019 bateu recordes, Portugal ultrapassou os 68% na taxa de abstenção. O receio é maior tendo em conta a data escolhida para as próximas eleições: 09 de junho, véspera de feriado.

"Os meus planos, uma vez que vou a Lisboa e Braga é interagir com o maior número de jovens possível, para que votem. Esta eleição é importante. Quem não votar, talvez não venha a gostar da composição do Parlamento", referiu a Presidente do Parlamento Europeu.

Esta é uma escolha que dita que partidos ficarão em Bruxelas, os que saem e os que poderão ser eleitos pela primeira vez. Roberta Metsola vem do Partido Popular Europeu e partilha a família política com PSD e CDS. A Presidente do Parlamento considera que não se pode trabalhar com extremistas e sai em defesa dos partidos centro e pró-europeus.

"Quando fui eleita, deixei claro que seria contra quem quisesse destruir a Europa. Não vou especular sobre quem será eleito por Portugal, mas tenho orgulho do trabalho que os eurodeputados portugueses fazem. Não têm apenas em mãos dossiers complicados, mas constroem maiorias”, disse.

Em dezembro passado, o escândalo de corrupção a envolver o Qatar e Marrocos levou de vários eurodeputados incluindo a então vice-presidente do Parlamento Europeu: Eva Kaili.

Um escândalo que foi um duro golpe na credibilidade da instituição.

"Pediria aos cidadãos que nos julgassem pela nossa resposta. Escolhemos implementar reformas imediatas. Estamos a pôr em prática essas reformas, uma a uma, para que se isto voltar a acontecer, os alarmes soarem mais cedo. Serão criadas barreira de proteção", contou Metsola.

Nos próximos meses vai perceber-se se as reformas garantem ou não mais transparência. Em relação ao futuro político de Roberta Metsola, esta exclui ser candidata à presidência da Comissão Europeia, mas deixa a porta aberta a mais dois anos e meio à frente do Parlamento Europeu.

Esta quinta-feira António Costa janta com Metsola e na sexta-feira, a maltesa tem um café marcado com Carlos Moedas e vai participar no Conselho de Estado ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa.