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Marco Capitão Ferreira: não existe relatório do trabalho executado no Ministério da Defesa

No Ministério da Defesa apenas foi encontrada documentação relativa à aprovação e ao pagamento do contrato de assessoria técnica pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional.

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Um dos documentos em investigação é o contrato de assessoria técnica aos helicópteros EH-101. A SIC tem conhecimento de que no Mistério da Defesa não existe o relatório do trabalho executado por Marco Capitão Ferreira, que recebeu mais de 60.000 euros pelo trabalho.

A proximidade de Marco Capitão Ferreira a Alberto Coelho recua pelo menos a março de 2019, tendo sido nesta altura considerado o principal arguido do caso “Tempestade Perfeita”. Nessa altura contratou o agora ex-secretário de Estado da Defesa, que foi constituído arguido.

Marco Capitão Ferreira foi exonerado e em causa está um acordo de assessoria técnica para o acompanhamento nos processos de negociações aos helicópteros EH-101. O contrato continha o valor de 61.500 euros, o que representa 12.000 euros por cada dia de trabalho.

A SIC tem conhecimento de que no Ministério da Defesa não existe registo de nenhum trabalho executado por Marco Capitão Ferreira. Apenas foi encontrada a documentação relativa à aprovação e pagamento deste contrato pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional. Uma autorização com a assinatura de Alberto Coelho.

No início de junho uma Investigação SIC denunciou uma ligação de vários anos entre Alberto Coelho e Marco Capitão Ferreira. Uma ligação que não se esgotava na nomeação do ex-diretor geral de recursos para a presidência da ETI, uma empresa da esfera da Defesa, então liderada por Capitão Ferreira.

Nessa altura já existiam suspeitas de ilegalidade de Alberto Coelho nas derrapagens das obras do ex-hospital militar de Belém. De acordo com João Gomes Cravinho foi o agora ex-secretário de Estado da Defesa quem propôs a nomeação, numa conversa informal.

A SIC tem informação que no processo “Tempestade Perfeita” existirão provas que o ex-diretor de recursos chegou a mostrar preocupação para o local onde ia trabalhar por causa de incompatibilidades com os contratos que tinham assinado.

A empresa ETI, presidida na altura por Marco Capitão Ferreira, que é pública, não publica relatórios e contas há dois anos.