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Pagamento a assessores: Chega pede clarificação da lei

A casa de Rui Rio e a sede do PSD foram alvo de buscas, já que o partido é suspeito de contratar assessores e pagar através da Assembleia da República.

O líder do Chega, André Ventura
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Um dia depois das buscas que envolvem Rui Rio, o dia foi bem mais calmo em frente à casa do antigo presidente do PSD, que ontem reagiu com ironia à forma como a investigação decorreu. Para Rio não há nenhuma ilegalidade nos pagamentos que fez e a atual direção do PSD considerou excessiva a operação que pôs em causa a vida privada sem aparente critério. Já o chega pede a clarificação da Lei, admitindo que como está pode dar-se o erro de todos os partidos incorrerem na mesma prática.

Em casa de Rui Rio, depois de um dia de buscas com o ex-líder do PSD a vir à rua dizer de sua justiça que não é arguido e que não cometeu nenhuma ilegalidade, reinou a calma.

Não fosse um tweet, e ninguém veria mais alguns interesse no prédio sobre o qual Rio não resistiu à ironia de garantir aos telespetadores, que fará esforços para que a administração do condomínio nas próximas buscas da PJ já tenha a fachada do prédio "mais apresentável".

À hora a que o publicou, já durante a madrugada desta quinta-feira, ainda inspetores da PJ se encontravam na sede nacional do PSD, que só abandonariam o edifício às quatro da manhã, concluindo 19 horas de buscas.

Hugo Soares dirigiu carta à PGR

Da atual direção, saiu esta quinta-feira uma carta, assinada por Hugo Soares, secretário-geral do PSD, dirigida à Procuradora-Geral da República e divulgada pelo próprio à comunicação social, tornando público um apelo à sensibilidade de Lucília Gago para o que considera os "excessos e desproporcionalidade" nesta operação.

Ele próprio revela que houve clonagem e apreensão de telefones e aparelhos informáticos, correspondência de processos de militantes, bases de dados com informação bancária e registos de entradas e saídas, entre outros documentos de estratégia política. Hugo Soares põe em causa a necessidade e adequação de tudo isto, neste caso.

Além das casas de Rio, Florbela Guedes, assessora do ex-líder, José Silvano, ex-secretário geral e Hugo Carneiro, ex-secretário geral adjunto, houve buscas nas sedes distritais do Porto e de Lisboa. Desta última saiu um comunicado negando fundamento para suspeitas. Rui Rio também negou qualquer pagamento ilícito, mas também disse que é uma prática comum nos partidos.

Ventura assume que pode ter cometido a mesma prática

Por sua vez, Ventura assume que o Chega pode também ter, ou estar, ainda errado, incorrendo na mesma prática no pagamento a assessores. E, por isso, quer que o Parlamento clarifique a Lei e adianta desde já que o Chega se prepara para entregar uma proposta nesse sentido, ainda na atual sessão legislativa.