País

Figuras políticas insistem que António Costa desvalorizou corrupção governativa

O ex-deputado do Bloco de Esquerda e Rita Matias do Chega criticam o artigo de opinião do primeiro-ministro, onde diz que é “mentira” a conclusão que foi retirada das respostas que deu aos jornalistas, quando foi questionado sobre a demissão do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira.
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O artigo de opinião do primeiro-ministro continua a gerar reações dos partidos políticos e, até mesmo, de antigos deputados. José Manuel Pureza, ex-deputado do Bloco de Esquerda diz que o primeiro-ministro tentou desvalorizar o pedido de demissão de um secretário de estado por motivos de corrupção e Rita Matias, deputada do Chega, diz que António Costa nada tem feito para combater a corrupção.

O ex-deputado bloquista José Manuel Pureza fala numa estratégia por parte do Partido Socialista a respeito do artigo de António Costa no Observador, onde defende que combate a corrupção.

“António Costa dá todos os elementos para mostrar objetivamente que estava a desvalorizar aquele facto, o que estava a tentar desvalorizar aquele facto e aquele facto era o pedido de demissão do secretário de Estado por motivos de corrupção”, realçou.

O jurista Marco Capitão Ferreira, que se demitiu do cargo de secretário de Estado da Defesa Nacional, esteve envolto em várias polémicas neste setor mesmo antes de assumir funções no executivo socialista de maioria absoluta.

Marco Capitão Ferreira foi responsável por várias empresas da Defesa com participação pública, antes de ser nomeado secretário de Estado: foi presidente da comissão liquidatária da Empordef e logo a seguir presidente do conselho de administração da IdD Portugal Defense. Em ambos os casos foi nomeado pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

“Faz parte desta estratégia de uma certa sobranceria por parte da maioria absoluta do Partido Socialista, o facto de aparecer este artigo, a dizer que não houve desvalorização da corrupção é um sinal evidente que o primeiro-ministro teve necessidade de o fazer”, conclui Pureza.

Autocrítica em falta

Já a deputada do Chega acusa António Costa de falta de autocrítica.

“Foi um pouco tentar maquilhar e remendar aquilo que tinha sido dito. Realmente houve uma desvalorização da temática da corrupção e esta transcrição deste artigo apenas vem deixar ainda mais claro que a sua atitude foi de desvalorização. Foi de falta de preocupação e, acima de tudo, falta de autocrítica”, reagiu a Rita Matias.

"Mentira" diz Costa

O primeiro-ministro, António Costa, esclarece que nunca desvalorizou a corrupção. Num artigo no Observador, o primeiro-ministro fala em construção de uma mentira com base numa pergunta que não lhe foi colocada.

Num artigo de opinião publicado no jornal Observador, o primeiro-ministro diz que é "mentira" a conclusão que foi retirada das respostas que deu aos jornalistas, quando foi questionado sobre a demissão do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira.

Em tom de crítica à comunicação social, António Costa transcreve mesmo as perguntas dos jornalistas e as respostas que deu para dizer que "não desvaloriza a corrupção, mas também não desvaloriza a mentira."