Os interrogatórios da Operação Picoas, que investiga um alegado desvio de 250 milhões de euros da Altice Portugal, são retomados esta segunda-feira.
A filha de Hernâni Vaz Antunes, Jéssica Antunes começou a ser ouvida pelo tribunal na passada sexta-feira, e as audições vão prosseguir esta segunda.
À chegada ao tribunal, o advogado de Jéssica Antunes, Pedro Duro, elogiou os agentes da PSP, mas deixou críticas a atuação das autoridades judiciárias.
“Os agentes da PSP são pessoas muito prestáveis, muito simpáticas e que nos facilitam muito a vida. O que me permitiu ontem, que era um domingo, trabalhar para preparar o dia de hoje [segunda-feira]. Agora estamos demasiado dependentes da boa vontade das pessoas que existe, felizmente”, afiram Pedro Duro.
Sobre as condições em que se encontram os detidos, o advogado sublinha que são “muito insuficientes” e criticou a necessidade de fazer um “pedido especial” para que se possa fazer “coisas tão simples como tomarem banho”
Depois de Jéssica Antunes, deverá ser ouvido o economista Álvaro Loureiro, um dos quatro detidos por suspeitas de viciação de decisões da Altice. Também Armando Pereira, um dos principais suspeitos da operação, irá ser ouvido pelo Juiz Carlos Alexandre esta segunda-feira.
Hernâni Vaz Antunes entregou-se às autoridades
Hernâni Vaz Antunes, o braço direito do empresário luso-francês, entregou-se às autoridades este fim de semana. O advogado Rui Patrício garante que o empresário vai falar em tribunal e nega que tenha havido qualquer polémica.
“Eu já disse tudo o que queria dizer sobre essa matéria. Fiz uma nota de imprensa e disse que não faria mais comentários. Acrescento apenas que não houve polémica nenhuma, remeto para a nota o que queria dizer está dito da minha boca, não ouvirão mais nada”, disse o advogado na chegada ao tribunal.
Sobre um possível benefício por se ter entregado voluntariamente às autoridades, Rui Patrício sublinha que essa questão será decidida pelo Ministério Público e pelo tribunal.