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O que muda com a reforma das Ordens profissionais?

Na proposta de lei o Governo sugere estágios remunerados com valor mínimo nos 950€, algo que as Ordens contestam porque nem todos têm a capacidade financeira para garantir esta remuneração.

Tribunais, Justiça, Lei
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A proposta lei da reforma das Ordens profissionais é votada, esta quarta-feira, no Parlamento. Esta revisão vem trazer mudanças e algumas delas… polémicas.

O Governo propõe estágios remunerados no valor mínimo de 950€ e as Ordens contestam esta proposta porque nem todas as profissões têm a capacidade financeira para remunerar os estagiários de acordo com os valores legais.

Além disso, esta proposta vai permitir que um advogado passe a exercer sem autorização prévia das respetivas Ordens profissionais, algo que até agora não acontecia.

Porque tem o documento gerado polémica?

O documento tem gerado polémica, desde logo porque altera os estatutos de mais de 20 Ordens profissionais. Exemplo disso, é a Ordem dos Advogados(OA), a proposta já levou os advogados a saírem à rua em protesto, mais do que uma vez.

“A proposta feita pelo Governo é uma proposta muito grave. A questão que se levanta aqui, principalmente tem que ver com os atos próprios das profissões, que o Partido Socialista e o Governo entendem que será a mesma coisa, estes atos serem praticados por advogados ou simples licenciados em direito ou não licenciados em direito. A OA entende que não deve ser assim (…) porque isto tem que ver com segurança dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, explica Fernanda de Almeida Pinheiro, a bastonária da Ordem dos Advogados.

As críticas têm sido muitas, mas há quem acredite que a proposta é uma mais valia.

“É uma vantagem na melhoria do funcionamento da própria Ordem, porque existem normas que vão visar isso mesmo. Tornando mais claro para os cidadãos qual é o papel das Ordens”, refere Jorge Batista da Silva, o bastonário da Ordem dos notários.

A alteração ao regime das Ordens profissionais é uma recomendação da Comissão Europeia, que já tem vários anos. Esteve prevista para o final de 2022, mas só agora vai ser votada no Parlamento.