País

Entrevista SIC

Líder do Reino do Pineal desvaloriza morte de bebé: "Todos os meses morrem milhares de bebés nos hospitais"

Em entrevista à SIC, o líder da comunidade localizada em Oliveira do Hospital garante que já nasceram no Reino do Pineal outras quatro crianças, que atualmente se encontram “saudáveis e felizes”.

Líder do Reino do Pineal desvaloriza morte de bebé: "Todos os meses morrem milhares de bebés nos hospitais"
DR

O líder do Reino do Pineal diz que o bebé de 14 meses que morreu foi acompanhado por médicos particulares. Em exclusivo à SIC, acrescenta ainda que o certificado de nascimento é “uma opção das pessoas”.

Água Akbal Zizi Pinheiro esclarece que a criança que faleceu na comunidade localizada em Oliveira do Hospital padecia de uma doença nos rins e no fígado e que, por esse motivo, a família procurou “ajuda médica particular”.

O líder da seita refere que a taxa de sucesso dos nascimento ocorridos no autodenominado Reino do Pineal é de 100% e que todos os outros quatro bebés nascidos na comunidade sobreviveram e encontram-se “saudáveis e felizes”, à semelhança das respetivas mães.

Questionado sobre se a criança que faleceu em abril de 2022 possuía certidão de nascimento, Água Akbal diz que a mesma “é uma opção das pessoas” e que o bebé tinha apenas “uma certidão de nascimento para a vida”, uma vez que “a mãe, o pai, e a família são as entidades que o trouxeram ao mundo”.

Loading...

PJ inicia investigação

A Polícia Judiciária confirmou, esta quinta-feira, que vai investigar as circunstâncias desta morte. A investigação terá início depois de o Ministério Público ter recebido, em abril deste ano, um denúncia anónima sobre a situação.

O inquérito acabou por ser apenso a um outro, relacionado com a mesma comunidade, e que tinha sido iniciado em fevereiro do ano passado, após a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital "ter reportado um conjunto situações".

Em causa estará "a alegada construção de equipamentos de forma irregular", bem como "festas que ali ocorriam e poderão estar relacionadas com tráfico de droga", para além de “eventuais burlas, relacionadas com donativos de membros da comunidade”, refere a agência Lusa, que cita uma fonte do Ministério Público.

Número de membros é incerto

Não se sabe ao certo quantas pessoas vivem nos terrenos da seita. Há indícios de uma sociedade patriarcal que deixa muitas dúvidas sobre se está a ser cumprido o direito à educação e à saúde das crianças.

Ministério Público, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, GNR e SEF têm inquéritos abertos sobre esta seita, que vive isolada e é liderada por um antigo chef de cozinha, que além de querer formar um reino independente em Coimbra, acredita que a terra é plana e nega que o homem tenha pisado a Lua.