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"Tempestade Perfeita": Ministério Público acusa 73 arguidos

Em causa está uma megaoperação que que envolve vários altos quadros do setor da Defesa Nacional e investiga corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas.

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O ano passado, uma mega operação da PJ e do Ministério Público (MP) levou a buscas nas instalações da Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, "no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021".

As buscas estavam relacionadas com a operação “Tempestade Perfeita”, que envolve vários altos quadros do setor da Defesa Nacional e investiga corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas.

Entretanto, segundo o Expresso, o MP acusou 73 pessoas na investigação às adjudicações suspeitas no Ministério da Defesa.

Um dos detidos foi Alberto Coelho, antigo diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional, antes de ter ocupado aquele cargo, foi diretor-geral de Pessoal desde 2002. Ao todo, foi ao longo de 18 anos diretor-geral no Ministério da Defesa.

Estará em causa obras no antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa, que está encerrado mas continua a ser um assunto por encerrar. Em 2020, foram aprovados 750 mil euros para obras no edifício que derraparam para 3,2 milhões de euros.

Marco Capitão Ferreira constituído arguido

Em julho, o antigo secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, foi constituído também foi arguido. O período investigado corresponde à altura em que João Gomes Cravinho era ministro da Defesa.

Quando Cravinho tinha a pasta da Defesa terá aprovado uma renegociação do contrato para a manutenção dos helicópteros EH-101 sem a garantia do Tribunal de Contas.

O acordo tinha terminado em 2018 e João Gomes Cravinho pediu a renegociação logo após o término e três meses depois, decidiu cancelar o negócio sem um motivo aparente.

Tudo isto levou à assessoria fantasma de um contrato inexistente por parte de Marco Capitão Ferreira, em apenas cinco dias, recebeu 61,5 mil euros. É, por isso, suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio.