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Marco Capitão Ferreira investigado à parte da Tempestade Perfeita

O inquérito envolve outras contratações e ligações ao universo da Defesa do ex-secretário de Estado. Nomeadamente, o contrato de assessoria técnica aos helicópteros EH-101 e à equipa clandestina que prestou assessoria a João Gomes Cravinho.

Marco Capitão Ferreira e João Gomes Cravinho
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Marco Capitão Ferreira não está entre os 73 acusados pelo Ministério Público no âmbito da Operação Tempestade Perfeita. O ex-secretário de Estado vai ser investigado em inquérito próprio.

A Polícia Judiciária realizou buscas ao Ministério da Defesa e à casa o ex-secretário de Estado, depois da SIC ter revelado a existência de um contrato de assessoria técnica aos helicópteros EH-101.

Um contrato de 61.500 euros por cinco dias. Isto é, 12 mil euros por cada dia de trabalho. Uma assessoria adjudicada por Paulo Branco e autorizada por Alberto Coelho. Dois dos principais arguidos, agora acusados, nos negócios da Defesa.

A equipa clandestina que prestou assessoria a Cravinho

Marco Capitão Ferreira não consta desta acusação da Tempestade Perfeita. O processo está a ser investigado à parte e envolve outras contratações e ligações ao universo da Defesa do ex-secretário de Estado. Nomeadamente, a equipa clandestina que prestou assessoria a João Gomes Cravinho.

Em julho, o ministro, atualmente com a pasta dos Negócios Estrangeiros, voltou ao Parlamento para indicar que a escolha de Marco Capitão partiu exclusivamente da Direção-Geral de Recursos.

Uma semana depois, Cravinho emitiu um esclarecimento após a divulgação de e-mails pela revista Visão. O ex-ministro da Defesa confirmou a notícia de que Capitão Ferreira trabalhou com o seu gabinete ao mesmo tempo que assessorava a Direção-Geral de Recursos.

A ligação de Marco Capitão Ferreira a Cravinho remonta pelo menos a 2019, quando contratou o ex-secretário de Estado para cargos de direção e administração, como da extinta Empordef e da Indústrias de Defesa, conhecida por IDD.

Foi também Gomes Cravinho que autorizou a passagem de Alberto Coelho, da Direção-Geral de Recursos para a presidência da Empordef Tecnologias de Informação, quando já existiam várias suspeitas de ilegalidades no caso da derrapagem das obras ao antigo hospital militar de Belém.

De acordo com o ex-ministro da Defesa, foi Capitão Ferreira que sugeriu o nome de Alberto Coelho.

Marco Capitão Ferreira foi nomeado secretário de Estado da Defesa em março de 2022. Demitiu-se a 7 de julho depois de ser constituído arguido por corrupção.