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Ministro da Saúde em silêncio após morte de idoso que esperou horas no hospital

Um homem de 93 anos com uma fratura na anca morreu esta segunda-feira no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, à espera de ser transferido para o Hospital Santa Maria, em Lisboa. O homem de 93 anos terá ficado quase seis horas na maca da ambulância dos Bombeiros Voluntários de Camarate.

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O que começou com uma ida às urgências à conta de uma fratura na anca, terminou num caso que volta a trazer à tona os problemas do Serviço Nacional de Saúde. A morte do idoso de 93 anos que esperou, esta segunda-feira, quase seis horas numa maca da ambulância para ser transferido para outro hospital, está a ter reações a vários níveis.

A Liga dos Bombeiros Portugueses diz que este tipo de situações é recorrente e que já tem alertado para o problema.

“Não há razão nenhuma para que, a partir do momento em que a ambulância chega ao hospital e faz a triagem, o doente não seja transferido para um equipamento do hospital. Esta situação das macas dos bombeiros ficarem retidas durante - seja 5 horas ou 10 horas - num hospital, traduz-se numa perda de qualidade do serviço ao cidadão pelos bombeiros”, afirma António Nunes, Presidente da Liga.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) atribui culpas ao Governo e deixa um apelo ao ministro da Saúde.

“O que está a acontecer no hospital Beatriz Ângelo não é diferente do que acontece no resto dos hospitais, a nível nacional. Há todo um caos instalado no serviço de urgência porque há falta de médicos em geral”, considera Joana Bordalo e Sá, Presidente da FNAM.

Até ao momento, o ministro Manuel Pizarro ainda não se pronunciou sobre o caso.

Esta terça-feira, a administração do Hospital Beatriz Ângelo anunciou a abertura de um "processo de inquérito com caráter de urgência" para investigar a morte de um paciente de 93 anos. O homem terá ficado quase seis horas na maca da ambulância dos Bombeiros Voluntários de Camarate à espera de ser transportado para o Santa Maria.