País

Marcelo quer ser lembrado como o "Presidente de proximidade"

O chefe de Estado considerou que o grande problema dos políticos é a "descolagem das pessoas", e disse ter feito "tudo o que era possível para responder a essa quebra, a essa desvinculação".

Marcelo intervém durante um jantar-conferência na Universidade de Verão do PSD
Marcelo intervém durante um jantar-conferência na Universidade de Verão do PSD
NUNO VEIGA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quarta-feira querer deixar como legado dos seus mandatos "a proximidade com as pessoas", admitindo que por vezes com o risco de uma competição "não desejada" com populistas.

"Se eu conseguir chegar ao fim do mandato tendo preenchido esse objetivo, posso não ter preenchido outros, mas esse está atingido, espero que os meus sucessores esse não percam e, naquilo que eu falhei, façam muito melhor do que eu", referiu na sua intervenção na Universidade de Verão do PSD.

Depois de ter fugido a questões como os problemas na habitação, Marcelo foi confrontado com a seguinte pergunta: “Imagine-se como Presidente da Ucrânia, com um primeiro-ministro como António Costa e um líder da oposição reformador como Luís Montenegro. Imagine-se a meio do mandato, qual o legado que deixa às gerações futuras, como gostaria de ser lembrado?”.

Desta vez, Marcelo Rebelo de Sousa considerou a pergunta "facílima de responder" e dispensou a metáfora ucraniana.

"O que eu gostaria de deixar, eu acho que provavelmente aquilo que talvez deixe é ter sido um presidente de proximidade", definiu.

O chefe de Estado considerou que o grande problema dos políticos é a "descolagem das pessoas", e disse ter feito "tudo o que era possível para responder a essa quebra, a essa desvinculação".

"Ter procurado a proximidade em todas as circunstâncias, às vezes com riscos, como seja o risco de, para se estar junto das pessoas, estar-se em competição com forças ditas populistas, uma concorrência não querida, não desejável, nem desejada", disse, justificando a necessidade de aparecer primeiro seja num fogo, num acidente ou num problema registado na administração pública.

O Presidente da República elogiou ainda a capacidade da União Europeia atuar unida na guerra na Ucrânia, que se ”se tivesse desunido, perdia o seu papel no mundo".