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Presidenciais: Marcelo recusa falar de candidatos na Universidade de Verão do PSD

À chegada, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as eleições presidenciais de 2026, enquanto que o líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou estar “concentradíssimo” em ser oposição.

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro na Universidade de Verão do PSD
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro na Universidade de Verão do PSD
NUNO VEIGA

O Presidente da República foi esta quarta-feira recebido pelo líder do PSD à chegada à Universidade de Verão do partido, em Castelo de Vide, afirmando não se pronunciar sobre as eleições presidenciais de 2026, mas apenas sobre a guerra na Ucrânia.

À chegada, o Presidente da República repetiu aos jornalistas a informação já transmitida de que esta quarta-feira só ir "falará da Ucrânia", mas prometeu explicar na intervenção porque escolheu participar de forma presencial na Universidade de Verão do PSD.

"Daqui a bocadinho explico, ouvem aquilo que eu digo e depois fazem a leitura que quiserem", afirmou o Presidente da República.

Luís Montenegro, que apenas tinha previsto marcar presença no encerramento no domingo, recebeu Marcelo Rebelo de Sousa, que na sessão desta quarta-feira é o orador do jantar-conferência da iniciativa de formação política de jovens quadros.

Questionado pelos jornalistas, o líder do PSD justificou a sua presença antecipada para ouvir as reflexões que o Presidente da República entender partilhar com os jovens alunos, destacando a importância desta iniciativa promovida pelo partido há 20 anos.

"O mais alto magistrado da nação tem participado noutros modelos em edições anteriores. Não vem nessa qualidade, mas não deixa de ser um antigo presidente do PSD. Disponibilizou-se para partilhar parte das suas reflexões com estes jovens como creio que se disponibilizaria para outras iniciativas", disse Montenegro.

Marcelo Rebelo de Sousa regressa hoje pela décima vez à Universidade de Verão do PSD, na primeira participação presencial nesta iniciativa de formação política desde que foi eleito Presidente da República, em 2016.

Montenegro “concentradíssimo” apenas na oposição

Minutos antes de receber o Presidente da República, Luís Montenegro foi questionado sobre o facto do antigo líder do PSD Luís Marques Mendes ter admitido no domingo uma candidatura presidencial "se houver utilidade para o país".

"Não é nem o tempo nem o lugar para falar das eleições presidenciais. Conto falar disso mais ou menos daqui a dois anos", começou por responder o líder o PSD.

Perante a insistência dos jornalistas, o líder social-democrata reiterou que, do ponto de vista partidário, o PSD conta "tratar desse assunto mais ou menos daqui a dois anos".

"No PSD estamos concentradíssimos, empenhadíssimos em cumprirmos a nossa tarefa de sermos oposição ao Governo e de sermos alternativa para disputar e vencer as próximas eleições legislativas e estamos cada vez mais a sentir que o povo português está connosco nesse caminho e nesse objetivo de dar um Governo novo a Portugal", respondeu quando questionado sobre as palavras do ex-líder do CDS-PP Paulo Portas na véspera, precisamente na Universidade de Verão do PSD.

Possíveis candidatos

Paulo Portas defendeu na terça-feira que a prioridade do espaço não socialista deve ser construir uma alternativa para suceder ao primeiro-ministro António Costa e não procurar um sucessor para o Presidente da República.

No seu comentário televisivo na SIC de domingo, Marques Mendes foi questionado sobre o significado político da sua presença na Festa do Pontal, a rentrée do PSD a meio de agosto no Algarve, e se tal estaria relacionado com um eventual acordo para um apoio de Luís Montenegro a uma candidatura sua a Belém.

"Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo", assegurou Marques Mendes, dizendo que, neste momento, "não há nem decisão nem sequer inclinação".

No entanto, o antigo presidente do PSD quis acrescentar as condições para tomar ou não essa decisão no futuro.

Já o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, em entrevista à SIC Notícias, não confirmou a sua candidatura às eleições presidenciais de 2026, afirmando que se tal acontecer será feito “no tempo certo”, ou seja, durante o verão do próximo ano.