Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Escolas Públicas, considera uma "positivo" o reajustamento dos professores do ensino privado. No entanto, salienta que os professores do ensino público esperam o descongelamento das carreiras.
"É uma notícia positiva para os professores do ensino privado e cooperativo. No público estamos à espera de outra boa notícia nas negociações dos seis anos, seis meses e 23 dias, que iria permitir que muitos professores passassem para outro escalão", afirma.
No ensino privado, os professores e o pessoal não docente vão beneficiar de reajustamentos, para fazer face à inflação. A compensação pode ser dada de várias formas. Pode chegar em média a um aumento de mil euros ao ano.
Os cerca de 20 mil professores de colégios e escolas profissionais vão ter um aumento salarial médio de 4,2% e um prémio de 4% em média a partir de setembro, anunciou na terça-feira a Confederação Nacional da Educação e Formação (CNEF).
Na Edição da Manhã, lembra que o Presidente da República “abriu portas” à progressão dos professores e, nesse sentido, os professores esperam que a situação fique "resolvida, calendarizada e programada".
"Está a aumentar o braço de ferro que existe desde dezembro do ano passado, entre o Ministério da Educação e sindicatos", alerta.
Escolas precisam de “paz” perante “nuvem negra”
O responsável da Associação Nacional de Diretores de Escolas Públicas apela à "paz e estabilidade" perante a "nuvem negra que paira" no setor.
Questionado sobre o número de alunos que começarão o novo ano-letivo sem professores, Filinto Lima, que indica que é um "problema coletivo" e não só das escolas públicas, remete os dados para os dois próximos recrutamentos, que acontecem na sexta-feira e no dia 8 de setembro.
No entanto, diz que é em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve que há escassez de professores. Porquê? "Por causa do custo de vida, do preço do aluguer de uma casa ou de um quarto".
Para Filinto Lima, é essencial que o Governo apoie a deslocação e estadia dos profissionais:
"Há professores a quilómetros de casa, que têm de pagar uma nova renda quando têm uma casa no lugar oriundo também".
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Escolas Públicas alerta que poderão ter de recorrer a professores não profissionalizados:
"É a última hipótese que temos. Primeiro, pedimos ao Ministério a colocação de professores. Se nos disser que para aquela escola e para aquela disciplina já não tem professores, avançamos para a chamada 'contratação de escola' e podemos contactar professores sem profissionalização".