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Novas chefias da PSP e GNR já estão ao comando: quem são e de onde vêm?

Decorreu esta segunda-feira a cerimónia de tomada de posse das novas chefias da PSP e da GNR, no Ministério das Finanças, em Lisboa. Forças de segurança pedem "investimento", enquanto António Costa fala em mais cooperação.

O novo comandante-geral da Guarda Nacional Republicana (GNR), tenente-general Rui Veloso (E), e o novo diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), superintendente-chefe José Barros Correia (D)
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A Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) têm a partir desta segunda-feira novas chefias. O tenente-general Rui Veloso é o novo comandante geral da GNR e o novo diretor nacional da PSP é o superintendente-chefe Barros Correia.

Na cerimónia de tomada de posse, que decorreu no no Ministério das Finanças, em Lisboa, estiveram presentes o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o primeiro-ministro, António Costa, que pediu mais cooperação entre as forças de segurança.

Por sua vez, o novo diretor nacional da PSP, Barros Correia, alertou posse para a importância de ser feito um "investimento crescente" do Governo nas forças de segurança para o cumprimento da sua missão.

"Será determinante o apoio das políticas públicas ao nosso desempenho, alicerçado em objetivos tangíveis e enquadrados numa visão de futuro que nos congregue em prol da segurança pública e dos nossos concidadãos, bem como um orçamento que permita cumprir a nossa missão com excelência. Mas, para atingir a excelência na Polícia de Segurança Pública, terá de existir, de forma sustentada, um investimento crescente nas várias áreas de atividade", afirmou.

Já o novo comandante-geral da GNR, Rui Ribeiro Veloso, de 53 anos, destacou o atual contexto de exigência para as forças de segurança e acentuou a importância de haver “instituições robustas e prestigiadas” para responder aos desafios.

"Assumo o comando da GNR num momento particularmente difícil, em que grandes conquistas da humanidade começam a ser postas em causa. A democracia liberal, a liberdade e a segurança sofrem pressões e ameaças que fomentam a incerteza enquanto corroem a solidariedade e a coesão social", explicou.

Sindicatos apontam missão difícil às novas chefias

Os sindicatos mais representativos da PSP e da GNR salientaram hoje a difícil missão que os novos responsáveis pelas duas forças de segurança têm pela frente e reiteraram a necessidade de serem melhoradas as condições dos seus profissionais.

Em declarações aos jornalistas após a tomada de posse das novas chefias da PSP e GNR, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP) manifestou votos de sucesso, mas pediu também que não seja branqueada a atual situação dos polícias.

"Tem uma tarefa árdua pela frente. A PSP está a atravessar momentos muito difíceis e complexos. Sabemos todos da falta de atratividade e dos constrangimentos operacionais a nível de financiamento, etc. A figura e o perfil do diretor é importante, mas não é determinante naquilo que será a missão futura da direção nacional da PSP", disse Paulo Santos.

Já o presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG-GNR), César Nogueira, mostrou-se satisfeito por ver pela primeira vez um oficial da força de segurança a chegar ao topo da hierarquia da Guarda Nacional Republicana (GNR) e garantiu a disponibilidade do sindicato para ajudar o novo comandante-geral a encontrar soluções. Porém, apelou a uma "mudança de política", com prioridade à valorização salarial dos seus elementos.

"O orçamento tem de ser melhorado logo à partida. É preciso muito dinheiro que não tem sido investido ao longo dos anos. Não vamos querer exigir tudo de uma vez, mas que comecem a dar um passo... O que é certo é que de palmadinhas nas costas estamos todos cansados", frisou o dirigente sindical num recado dirigido ao Governo.

O percurso de Rui Veloso e Barros Correia

O tenente-general Rui Veloso, 53 anos, foi promovido ao atual posto no dia 16 de agosto de 2023 e vai ser o primeiro comandante-geral da GNR oriundo da própria Guarda, até agora comandada por oficiais generais do Exército.

O superintendente-chefe Barros Correia, 58 anos, ocupa desde 2018 o cargo de secretário-geral dos Serviços Sociais da PSP, tendo exercido as funções de presidente do Grupo de Cooperação Policial da União Europeia durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, comandante regional dos Açores e oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Embaixada de Portugal na República Democrática de São Tomé e Príncipe.