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"A política não pode ser um exercício de números mediáticos", diz António Costa

O clima no Conselho de Estado terá sido tenso e o primeiro-ministro terá ficado em silêncio durante as quase três horas do encontro, tendo deixado o Presidente sozinho na longa análise à situação económica e social do país.

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Durante o discurso na Academia Socialista, em Évora, António Costa, sem nunca mencionar diretamente a polémica sobre a eventual tensão com o Presidente da República, disse que a política é feita de convicção, persistência e bom senso.

“A política não pode ser um exercício de números mediáticos, mas tem de ser aquilo que as pessoas de bom senso e com toda a razoabilidade sabem que a política é”, explicou António Costa.

Assim sendo, promete esforçar-se para cumprir o "contrato" que celebrou nas eleições com os portugueses.

"Esse voto sela um contrato" e “o contrato que os políticos celebram com os cidadãos nas eleições é mesmo um contrato em que se têm de empenhar a cumprir”, disse ainda.

A reunião do Conselho de Estado desta terça-feira, que se realizou no Palácio de Belém, durou cerca de três horas e reforçou aquilo que já é percetível há algum tempo: Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa não estão em plena sintonia.

O Presidente da República afirmou esta quarta-feira que ficou “estupefacto” com as notícias sobre o primeiro-ministro estar contra o Presidente, após o seu silêncio no Conselho de Estado. Marcelo diz que ficou “melindrado” com as notícias, mas que o silêncio de António Costa não foi por “querela” com o Presidente.