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Médicos acusam Pizarro de "empurrar o país para uma tragédia anunciada"

A Fnam, que marcou uma greve para terça e quarta-feira, criticou o Governo por ainda não ter dado a conhecer as propostas que leva para a reunião de quinta-feira sobre a situação dos médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Médicos acusam Pizarro de "empurrar o país para uma tragédia anunciada"
ANTÓNIO COTRIM

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) acusou esta segunda-feira o ministro da Saúde de "empurrar o país para uma tragédia anunciada" com risco de mortes, e considerou que a proposta do Governo para aqueles profissionais está "cheia de desigualdades".

"O [ministro da Saúde] Dr. Manuel Pizarro infelizmente está a empurrar o país para uma tragédia anunciada onde podem acontecer mortes, onde podem acontecer outras tragédias e a responsabilidade é inteiramente do Governo se nada fizer ou não incorporar o que os médicos têm neste processo negocial", acusou a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, no final de uma reunião de urgência do Fórum Médico no Porto.

Em declarações aos jornalistas no final da mesma reunião, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou que a três dias de nova reunião com o Governo, marcada para quinta-feira, os sindicatos ainda não conhecem a proposta do executivo e que apesar de alguma abertura "há ainda um oceano a separar as duas partes".

"Estamos muitíssimo preocupados com o desenvolver da situação, houve, de facto, naquela reunião [na quinta-feira entre o ministro da Saúde e os sindicatos dos médicos], alguma abertura mas ainda nos separa um oceano para chegarmos a um eventual acordo", disse Jorge Roque da Cunha.

Para o sindicalista, "não basta o Governo anunciar uma proposta, é preciso que haja medidas concretas em relação àquilo que é anunciado por parte do Governo. Estamos a três dias da reunião e ainda não temos os documentos concretos", criticou.

Também a Fnam, que marcou uma greve para terça e quarta-feira, criticou o Governo por ainda não ter dado a conhecer as propostas que leva para a reunião de quinta-feira sobre a situação dos médicos no Serviço Nacional de Saúde.

"Em relação ao que se vai passar é uma incógnita. Até agora ainda não chegou nenhuma proposta por escrito diferente da que nos foi feita na quinta-feira, em que simplesmente nos apresentaram umas projeções do que poderia ser uma grelha salarial diferente", disse Joana Bordalo e Sá.

Segundo explicou, a proposta do Governo apresentada no final da ultima reunião com o Governo "está cheia de desigualdades".

Segundo Joana Bordalo e Sá, a Fnam quer uma proposta por escrito e quer "conhecer o que o Governo resolveu legislar unilateralmente em Conselhos de Ministros sobre o novo regime de dedicação plena e a questão das Unidades de Saúde familiar".